A catarinense Liz Souza, de 26 anos, pode ficar de fora do concurso Miss Brasil de 2024 por falta de recursos para custear a viagem e outros aparatos que precisa para participar do evento. Ela tenta apoio de setores públicos e privados, mas sem uma resposta, conta com a ajuda de pessoas que se sensibilizam com a situação e querem ajudá-la a realizar este sonho.

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Liz, nascida e criada no Morro do Mocotó, foi eleita Miss Florianópolis em 2022 e, em 2024, Miss Santa Catarina, o que a fez garantir a vaga para representar o Estado no 63º Miss Brasil Mundo, que acontece entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro em Machadinho, no Rio Grande do Sul.

“Sonho sendo realizado”: Miss Santa Catarina representa SC no 63º Miss Brasil Mundo

Para este feito tão importante em sua vida, no entanto, ela ainda precisa de cerca de R$ 13 mil. Isso porque, para além da viagem, precisa custear trajes — que precisam ser feitos por estilistas —, maquiagens, penteados, aulas de oratória, passarela, academia, nutrição e cinco dias de hospedagem em hotel. Ela chegou a começar, também, um curso de inglês, mas precisou abandoná-lo porque não tinha como pagar.

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A catarinense conta que busca incentivo de governos e empresas desde que começou a participar de concursos, mas nunca teve respostas positivas. Ela diz que até recebe alguns patrocínios, mas que se tornam insuficientes em vista dos altos valores exigidos para participação nos eventos. Os recursos que já arrecadou, levantou por meio de festa, rifa e vaquinhas que promoveu.

— Participar do Miss Brasil terá um significado muito grande pra mim. Eu sei o quanto isso vai potencializar a minha voz, e é uma oportunidade de levar a representatividade que trago junto a mim. Eu já pensei em desistir inúmeras vezes, mas entendo que quando se trata de mim, uma mulher preta e periférica, representar Santa Catarina tem um peso. Ao mesmo tempo que tem muita relevância a minha participação, também é uma quebra gigante de paradigmas — diz.

Atualmente, ela tem uma campanha em que conta com a ajuda da população. Os interessados em doar podem enviar valores no pix: lisnariasouza.98@gmail.com.

Veja fotos da modelo

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Contato com as passarelas começou aos seis anos

Nascida e criada no Morro do Mocotó, Liz teve uma infância bastante humilde. Ela, a mãe e os três irmãos moravam na casa da avó e, apesar da realidade dura, encontravam momentos de alegria. Seu contato com as passarelas começou aos seis anos, quando a mãe começou a levá-la em agências de modelo.

Quando adulta, começou a se envolver em projetos sociais e intensificou as ações durante a pandemia da Covid-19, quando, segundo ela, jovens da comunidade foram levados pela criminalidade e violência policial. A volta para concursos de beleza ocorreu de forma inesperada, em resposta a orações.

— Eu estava em um momento em que não sabia qual era a minha missão. E num dia de centro eu pedi muito que [os orixás] me guiassem, e acabou que apareceu nas minhas redes sociais a inscrição do concurso em 2021. Então eu decidi me inscrever, bem aleatoriamente. Quando pesquisei sobre, organização, vi que o concurso tinha como função primordial a dedicação a projetos sociais, foi o que me chamou a atenção para entrar para o concurso de beleza — destaca.

Liz é fundadora da frente Jovem Voz das Favelas, que existe há quatro anos. O projeto desenvolve ações de lazer, cultura, educação e formação e também busca possibilitar formações na comunidade do Mocotó e em outras comunidades que necessitarem de suporte.

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