Moacir de Carli, irmão do padre Adelir de Carli, que havia desaparecido após tentar voar com a ajuda de mil balões de gás hélio, embarcou nesta quarta-feira para o Rio de Janeiro para providenciar o traslado do corpo do religioso até o Paraná, onde será sepultado.

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O velório deve ocorrer na igreja que Adelir estava ajudando a construir na Paróquia São Cristóvão, em Paranaguá, no litoral paranaense. O enterro será em Ampére, no Sudoeste do Paraná, cidade natal do padre.

– Nós vamos fazer o procedimento legal, tudo certinho, fazer uma cerimônia e um enterro digno – disse Moacir, antes da viagem.

Identificação

A polícia de Macaé (RJ) afirmou na tarde de terça-feira que o cadáver encontrado no litoral do Rio de Janeiro no início de julho é mesmo de Adelir. Moacir de Carli cedeu material para o exame de DNA que confirmou a identidade do corpo.

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Os restos mortais foram encontrados em 3 de julho a cem quilômetros da costa da cidade de Maricá (RJ) por um rebocador que prestava serviços para a Petrobras.

Desaparecimento

O padre Adelir de Carli decolou de Paranaguá no dia 20 de abril para tentar bater o recorde de vôo com o auxílio de mil balões de gás hélio coloridos. Queria também divulgar a Pastoral Rodoviária, que presta apoio a motoristas de caminhão.

Além do equipamento com balões, o religioso usava um macacão térmico com papel alumínio, capacete, pára-quedas reserva, GPS e celular por satélite. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, ele não tinha permissão para o vôo.

O padre queria ficar 20 horas no ar, em uma viagem até Ponta Grossa (PR). Mas, se as condições do tempo estivessem favoráveis, iria até Dourados (MS). No entanto, os ventos levaram Adelir em direção ao mar.

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Quando estava sobre o oceano, o padre fez os últimos contatos com a equipe que o auxiliava em terra. Ele mostrava preocupação por estar sobre o mar e pediu ajuda para mexer com o aparelho de GPS. As últimas informações foram passadas por ele por volta das 21h de 20 de abril, quando estava a mais de 12 quilômetros do Litoral Norte catarinense.

Buscas

A procura por Adelir começou na mesma noite. Até 11 de maio, quando as buscas terminaram, foram utilizadas unidades do Exército, da Marinha e da Força Aérea Brasileira, uma aeronave contratada pela família do religioso, além do trabalho de bombeiros voluntários.

Balões e destroços do equipamento do padre foram encontrados no Litoral Norte de Santa Catarina. Até 25 de abril, as buscas haviam custado R$ 564 mil. A última equipe a parar de procurar o padre foi a dos bombeiros voluntários de Penha, no Norte catarinense.