Bastou os rumores de que Lady Gaga faria um show em Copacabana ganharem força para que Thomas Willian Alencar, de 27 anos, começasse a organizar sua viagem para o Rio de Janeiro. Morador de Florianópolis, ele acionou amigos na cidade, costurou um figurino especial e irá encarar 20 horas de viagem de carro até a capital fluminense, onde assistirá à apresentação da cantora no sábado (3) pela primeira vez.

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Thomas acompanha a cantora norte-americana desde a adolescência e criou até uma drag queen inspirada nela, chamada de Stella Puzzle Pride. No dia do show, o jovem, que é costureiro, irá montado com um look inspirado no clipe de Abracadabra: uma longa capa vermelha, com costuras em formato de cruz no peito, acompanhada de um enorme chapéu.

— Eu sou fã desde 2009, quando assisti o clipe de Paparazzi. Para mim foi o momento em que me perguntei: “como essa mulher consegue ser tão estilosa e talentosa?”. Era como uma aparição divina na tela do computador da lan house da época — recorda ele.

Com recursos limitados, Thomas montou uma verdadeira operação para ir a Copacabana. Entrou em contato com drag queens cariocas e conseguiu um quarto para ficar no período do show. Na sexta (2), irá embarcar em uma carona de carro até o Rio de Janeiro.

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— Muita gente está tentando um VIP para o show, mas eu só quero estar lá — diz o jovem.

Esta não será a primeira vez que Thomas passará perrengue para ver a diva. Em 2017, acampou na frente do hotel onde Gaga iria se hospedar para o Rock in Rio.

— Eu fui muito doido. Fui sozinho, vi uma galera acampando e me juntei com o povo na maior cara de pau. Eu tinha uma barraca, uma mochila e um sonho — brinca.

Porém, horas antes de subir ao palco do Rock in Rio, Lady Gaga cancelou o show devido a problemas de saúde. Agora, Thomas está otimista:

— Qualquer respiração dela no microfone vai ser a realização de um sonho.

Veja fotos de Thomas

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Sonho de fã

Outros catarinenses também se preparam para o show de Lady Gaga. O blumenauense Mateus Lanser, de 29 anos, é fã da cantora desde 2008 e irá encontrá-la pela primeira vez.

— Sou fã desde os 12, 13 anos. Na época, não existia streaming. Baixávamos as músicas e compartilhávamos por Bluetooth — recorda o jovem

Lady Gaga sempre esteve presente na vida de Mateus. Na adolescência, as letras empoderadas de músicas como Born This Way e Hair foram essenciais para ajudá-lo a compreender a própria identidade:

— Teve muitos momentos em que eu sentava na frente do computador depois de um dia pesado na escola, por causa de bullying, por me sentir inferior por causa de preconceito, e a música dela me acompanhava. Ela me dava um empoderamento de defender a minha personalidade diante dos outros.

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Para o joinvilense Thiago Luis Silva, de 35 anos, Lady Gaga também tem um significado especial:

— Ela fez muitas pessoas que se sentiam deslocadas perceberem que também têm seu lugar no mundo. Que tudo bem ser “diferente”. Ela representa muito para o público LGBTQIA+.

Thiago lembra do cancelamento do show no Rock in Rio 2017 com humor.

— Eu não podia ir na época, então quando cancelou, fiquei até aliviado. Tinha uma camiseta com o tweet “Brazil, I’m devastated” — ri, recordando a icônica postagem da cantora após o cancelamento do festival.

Agora, a ansiedade é outra:

— Ouvi rumores que o show será igual ao do Coachella, com muita produção, coreografia e hits. Vai ser emocionante.