O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, passou recentemente por um transplante de fígado e um retransplante renal no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O caso chamou a atenção do público e levantou dúvidas, nas redes sociais, sobre como funciona o sistema de fila de transplantes no Brasil. Afinal, Faustão “furou a fila”?

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No Brasil, a distribuição de órgãos para transplante é regulada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde, e pelas Centrais Estaduais de Transplantes. A priorização dos pacientes segue critérios técnicos, como compatibilidade sanguínea e genética; gravidade do caso (pacientes em estado mais crítico podem ter prioridade); tempo de espera na fila; e proximidade geográfica (para evitar longos transportes que possam prejudicar o órgão).

No caso de Faustão, os órgãos transplantados (fígado e rim) vieram de um mesmo doador, o que pode aumentar as chances de compatibilidade. A Central de Transplantes de São Paulo acionou o hospital após a identificação de um doador compatível e a confirmação da viabilidade dos órgãos para o apresentador. Mais detalhes sobre o processo de transplante de Faustão não foram divulgados.

Veja fotos de Faustão

Como funciona a lista de transplante no Brasil

A legislação brasileira não permite que celebridades ou pessoas influentes tenham prioridade na fila de transplantes. Pacientes que já passaram por transplantes e apresentam rejeição ou complicações podem ser reinseridos na fila com prioridade, dependendo da gravidade.

Na época em que Faustão passou por um transplante de coração, em agosto de 2023, o Ministério da Saúde lançou uma nota em resposta a boatos de que Faustão teria sido priorizado na fila.

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“A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados (…) Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, dizia a nota do Ministério da Saúde.

A lista de espera para transplantes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, é única e vale tanto para pacientes do SUS quanto para os da rede privada. Ela funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada, mas também segue outros critérios como os de compatibilidade, gravidade do caso e o tipo sanguíneo do doador.

Como funciona a doação de órgãos em SC

A lista de espera é estadual, em Santa Catarina, regulada pela SC Transplantes. Os critérios para receber um órgão doado são técnicos, conforme a central, e dependem do tipo de tecido e órgão a ser transplantado.

Para transplantes de coração, por exemplo, o peso do doador tem influência, assim como o tipo sanguíneo. Já no caso do fígado, é feita uma equação matemática que considera a gravidade da doença hepática do receptor.

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Já no caso de um transplante de rim, o critério é um sorteio genético: o doador é tipificado geneticamente e é feita uma busca de pessoas na fila de espera que são mais semelhantes geneticamente ao doador. A doação de córnea é a única feita em ordem cronológica, a não ser em algum caso de urgência.

O caso de Faustão

Faustão passou por um transplante de fígado na quarta-feira (6) combinado a um retransplante renal. Ele está internado desde o dia 21 de maio no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a uma infecção bacteriana aguda com sepse.

Segundo médicos, o procedimento de retransplante renal estava planejado há um ano, e acabou sendo realizado na quinta-feira (7) . O apresentador agora passa por um controle infeccioso e está em reabilitação clínica e nutricional para que o quadro de saúde se estabilize.

Em janeiro, Faustão precisou ser internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, também para tratar uma infecção. O apresentador já foi submetido a um transplante de coração, em agosto de 2023, e a outro de rim, em fevereiro de 2024.

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