Na próxima semana, Blumenau (SC) será palco de um dos principais encontros voltados à sustentabilidade e inovação no setor têxtil. O Febratex Summit 2025, que acontece de 19 a 21 de agosto no Parque Vila Germânica, reunirá mais de 80 empresas expositoras para apresentar soluções, promover negócios e compartilhar conhecimento sobre práticas responsáveis na cadeia produtiva.
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A programação terá destaque para a parceria com o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE). Além disso, está previsto o lançamento de uma tecnologia inédita que já reduziu em 37% as emissões totais de gases de efeito estufa em casos reportados.
Compromisso ambiental consolidado
Desde 2019, o evento implementa medidas para reduzir o impacto ambiental. Em 2023, conquistou o Certificado Lixo Zero, com 92,2% dos resíduos reciclados ou destinados de forma correta, resultado obtido com apoio da Euro Ambiental Consultoria.
— Impacto também é questão de escala. Com milhares de visitantes por edição, cada detalhe conta para gerar uma transformação verdadeira — afirma Giordana Madeira, diretora-executiva do Febratex Group.
Neste ano, a meta é renovar a certificação. Uma das ações para alcançar o objetivo é a parceria com a Avplas Embalagens, responsável pelo fornecimento dos sacos utilizados na separação de resíduos durante o evento. Produzidos com material reciclado e identificados conforme o tipo de descarte — orgânico, reciclável ou não reciclável —, os sacos buscam facilitar a triagem e garantir a destinação adequada.
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O compromisso com a redução de resíduos também está presente no credenciamento. Os cordões das credenciais serão confeccionados com fios reciclados REPREVE, fornecidos pela Unifi Manufacturing, Inc. e transformados pela Cordontextil Indústria e Comércio. A iniciativa complementa ações anteriores, como a substituição do plástico por papel nos porta-credenciais, adotada desde 2022.
— Acreditamos em um futuro no qual as feiras assumam compromissos reais com a responsabilidade ambiental. Os resíduos gerados em um evento como o nosso têm múltiplas origens, como estandes, impressões, materiais elétricos, embalagens e consumo do público, e tudo precisa ser cuidadosamente planejado, separado, coletado, destinado e monitorado — afirma a diretora-executiva.
Inovação e bioeconomia no setor têxtil
O Febratex Summit também será vitrine para novidades apresentadas pelos expositores. Durante a programação internacional, o evento terá momentos para apresentar a bioeconomia aplicada à moda e ao setor têxtil. No dia 20 de agosto, por exemplo, a pesquisadora Luani Costa, do CITEVE, conduzirá um desfile com cerca de dez looks que ilustram, pela primeira vez no Brasil, avanços tecnológicos e sustentáveis implementados na indústria têxtil portuguesa.
Outra atração será o lançamento da Camiseta Ar.voree, desenvolvida pelo Grupo Malwee em parceria com a startup Xinterra, de Singapura. Após dois anos de pesquisa, o projeto resultou em uma malha capaz de capturar dióxido de carbono (CO₂) do ambiente e eliminá-lo durante a lavagem.
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Segundo a empresa, cada camiseta captura 12,6 gramas de CO₂ por dia. Em escala, 25 camisetas têm o mesmo desempenho de absorção que uma árvore adulta no mesmo período.
— O processo é simples: o CO₂ é capturado pelo tecido e, em contato com o sabão na lavagem, é transformado em bicarbonato de sódio e dissolvido, enquanto os agentes de captura se recarregam para reiniciar o ciclo —explica Gabriela Rizzo, CEO do Grupo Malwee.
Espaço para negócios e troca de conhecimento
O Febratex Summit também será um ambiente de conexão entre empresas, startups, profissionais e instituições de pesquisa. Os participantes terão acesso a painéis técnicos, demonstrações em estandes e discussões sobre temas como eficiência de processos, economia circular, rastreabilidade de materiais e soluções de baixa emissão de carbono.
Para pequenas e médias empresas, o evento é uma oportunidade para conhecer fornecedores e acessar tecnologias que podem ser incorporadas gradualmente aos processos produtivos. Já grandes companhias podem avaliar rotas de inovação e estabelecer parcerias para projetos-piloto, que incluem colaborações internacionais.
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