Para ensinar os estudantes sobre economia, consumo e senso de comunidade, o Colégio Unificado promove, há nove anos, a Feira de Trocas. Em 2025, a iniciativa foi realizada entre os dias 20 a 23 de outubro, na Escola de Campo, com uma programação completa. A iniciativa proporciona que os alunos do 2º ao 5º ano tenham uma aula prática sobre a temática.
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O evento convida as crianças a trocarem brinquedos, livros, jogos, roupas e outros objetos que já não têm mais utilidade em casa, mas que podem se tornar valiosos para os colegas. A feira propõe uma reflexão sobre o ciclo de consumo e o valor dos objetos, a partir da necessidade, e não do preço.
— A ideia da Feira de Trocas como educação ambiental surgiu da necessidade de ir além da teoria. É uma forma de aprender fazendo — explica o coordenador pedagógico Willian do Vale.
Sustentabilidade, empatia e economia solidária
A proposta une três pilares fundamentais: o combate ao desperdício, a crítica ao consumo e o fortalecimento comunitário. Antes da feira, os alunos participam de atividades para discutir o destino dos resíduos e a importância de reutilizar objetos. Durante o evento, montam bancas, produzem cartazes e aprendem, na prática, o valor da negociação, da comunicação e do trabalho em equipe.
Segundo Willian, a experiência amplia o entendimento sobre sustentabilidade e responsabilidade social.
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— As crianças percebem que o que não tem mais valor para uma pessoa pode ser um tesouro para outra. Elas vivenciam a reutilização de forma concreta, aprendem sobre o ciclo dos objetos e desenvolvem empatia ao compreender o desejo do outro — destaca.
Além da dimensão ambiental, a feira também introduz conceitos de economia solidária e empreendedorismo infantil. Ao conduzirem trocas entre si, os estudantes percebem que o valor de um bem está no uso e na colaboração, não no dinheiro.A prática é inspirada em pensadores da educação ambiental crítica, como Philippe Layrargues, e dialoga com as ideias de Paul Singer sobre economia solidária.
Em cada edição, conforme pontua Willian, cresce o engajamento das famílias e a participação dos alunos, que incorporam o evento como parte da cultura do Unificado.
— A Feira de Trocas ensina que sustentabilidade é sobre se relacionar melhor com os objetos, com as pessoas e com o planeta. As crianças não apenas ouvem falar sobre esses temas, elas vivenciam o consumo consciente e o impacto das próprias escolhas — reforça Willian.
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O professor conta que, durante a pandemia, a feira foi interrompida, mas retornou com ainda mais força. Hoje, é uma das ações mais esperadas do ano letivo, e carrega o símbolo da proposta de educação integral da instituição.
A Feira de Trocas integra o calendário da Semana Lixo Zero de Itajaí, da qual o Unificado é apoiador, e já rendeu à escola homenagens em iniciativas como o projeto Atitude Cidadã. O coordenador conta que a iniciativa de conectar o evento com a campanha surgiu de forma natural, por conta da sinergia entre as duas propostas.
— Os propósitos são os mesmos: promover a conscientização sobre consumo e produção de lixo. Hoje vemos outras instituições buscando conhecer nossa metodologia para replicar essa prática, e essa troca de saberes é o que move a Semana Lixo Zero — afirma.
Um legado de nove anos
Com edições promovidas desde 2015, a Feira de Trocas representa um compromisso com a formação cidadã. Ao estimular valores como empatia, colaboração e respeito ao meio ambiente, o Unificado reforça a missão de formar estudantes críticos e conscientes do impacto de suas ações no mundo.
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— Ver a nona edição acontecendo é motivo de grande alegria. A feira é a materialização de uma educação que vai além do conteúdo e transforma atitudes — conclui Willian.