O dia havia amanhecido ensolarado naquela terça-feira, 4 de novembro de 1975, em Florianópolis. Maria Rita Teixeira Bessa tinha saído com o filho de oito meses nos braços para tomar um banho de sol. Depois de brincar com o pequeno, voltou para casa e encontrou tudo revirado. Era o início da Operação Barriga Verde, que sequestrou, prendeu e torturou 42 pessoas em solo catarinense. Passados 50 anos, Maria Rita ainda lembra com detalhes do dia que viu a vida ser marcada pela ditadura, em cicatrizes que permanecem e ainda fazem chorar.

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Apesar do golpe militar ter ocorrido em 1º de abril de 1965, o historiador Maikon Jean Duarte, que fez parte da Comissão Municipal da Verdade (CMV) de Joinville, em 2014, conta que foi a partir do Ato Institucional (AI) 5, em 1968, principalmente no governo de Emílio Garrastazu Médici, que houve um endurecimento da ditadura, com uma radicalização repressiva à oposição que estava na clandestinidade.

O professor do programa de pós-graduação em História da UnB (Universidade de Brasília) Mateus Gamba Torres explica que, em 1974, a Arena, partido dos militares, havia perdido representatividade nos congressos e prefeituras, e, em contrapartida, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) teve mais eleitos. Diante deste cenário, era preciso uma mobilização das forças armadas.

— Toda ditadura tem que ter um inimigo. Durante o ano de 75, são descobertas no Rio de Janeiro e São Paulo gráficas clandestinas do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que imprimiram tanto o jornal Voz Operária, que era o jornal oficial do partido, e também material de propaganda do MDB. Aí a junção foi automática: “Nós perdemos a eleição porque o MDB foi apoiado pelos comunistas” — explica Torres.

De acordo com Torres e Duarte, as operações ocorridas em meados de 1975 tinham como objetivo desarticular a reestruturação clandestina do PCB. Na época, a luta armada já não era forte e partidos clandestinos se organizavam a partir de encontros, distribuição de jornais e panfletagem nas fábricas. Além do apoio ao único partido de oposição atuante legalmente na época, que era o MDB.

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— O PCB seguia uma atuação de organização de base, no trabalho sindical, clandestino, e uma parte de sua militância atuando dentro do MDB ou apoiando candidatos do MDB que tinha uma vinculação ali com a causa nacional — explica Duarte.

A partir daí, foram deflagradas diversas operações por todo o Brasil, incluindo a Barriga Verde. Foi em ações do gênero, em São Paulo, que morreu o jornalista Vladimir Herzog, enfatizam Torres e Duarte. 

Segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), foram 434 mortos e desaparecidos políticos no Brasil e no exterior de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988. O marco temporal foi escolhido a partir das datas de promulgação de duas constituições democráticas, fazendo referência ao período fixado no artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).

Roberto Motta, marido de Maria Rita, foi um dos primeiros presos na operação, que perseguiu pessoas suspeitas de participarem ou de terem alguma ligação com o PCB. Natural de Criciúma e morador de Florianópolis, Motta já sabia que poderia ser preso e, naquele 4 de novembro, saiu de casa atordoado. Alguns minutos depois, foi surpreendido pelos militares em um estacionamento. Sem nenhum mandado de prisão, teve o rosto coberto por um capuz e foi levado para os porões da ditadura, ficando ao menos 15 dias desaparecido. 

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Torres frisa que, durante a ditadura militar, não houve prisões, mas sim sequestros. 

— Eles estavam numa ditadura e a gente pode chamar de sequestros. As pessoas, como eu falo, foram sequestradas. Não se sabia quem que estava prendendo, não foi apresentado a ordem de prisão, não foi apresentado nada do que a própria ditadura exigia em termos de legislação — enfatiza o professor.

A partir de 4 de novembro de 1975, houve diversas prisões em SC. Em Criciúma, Sandra Leal brincava em casa quando viu o pai Luiz Jorge Leal angustiado. Vestida com um casaco verde, o seu preferido, ficou prestando atenção no que os pais faziam no quarto. Ela era uma criança de 5 anos, curiosa. De outro cômodo no pequeno apartamento em Criciúma, conseguiu notar que o pai assinava vários cheques. Ela porém, não entendia por quê. 

Algum tempo depois, bateram à porta. Sandra abriu e viu um homem à sua frente. Depois, lembra de ver o pai passando pelo grande corredor do prédio, algemado. Ainda pequena, a agora mulher recorda que o pai pediu aos militares que pudesse levar a criança de volta ao apartamento, com o mínimo de dignidade, como cita a filha. Depois disso, Sandra ficou meses sem ver o pai.

— “Aí, como é que você lembra? Você tinha 5 anos”. Cara, porque eu nunca esqueci. É uma coisa que marca. Eu não esqueço, não há possibilidade. Eu tento limpar isso da minha cabeça hoje em dia, mas é isso que eu falo, a marca da dor, ela atravessa a gente não só no psíquico, tem cheiro, tem cor, tem um monte de coisa — diz Sandra.

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No outro lado do Estado, em Joinville, a família Schatzmann vivia em alerta diante dos sequestros que ocorriam em todo o Estado. Já havia se passado um mês do início da Operação Barriga Verde e, a qualquer momento, Edgard poderia ser preso. Ainda que houvesse o risco, a esposa Lucia e ele seguiam a rotina normal do casal, sempre trabalhando.

No dia 5 de dezembro de 1975, Lucia conduzia a linha do bordado ao lado da filha pequena, de 1 ano e três meses, quando ouviu bater à porta. Um homem a cumprimentou e disse que era amigo de Ede, como era conhecido. Os dois teriam trabalhado juntos em algum momento da vida.

— Eu estranhei e já veio na minha cabeça: “alguma coisa vai acontecer” — lembra Lucia. Desconfiada, ela despistou o homem dizendo que Edgard havia ido viajar e demoraria duas semanas para voltar. Nisso, o homem apenas prometeu que voltaria. Poucas horas depois, Edgard voltou do trabalho para almoçar em casa, mas a comida não desceu. O casal já sabia o que aconteceria dali a algumas horas. 

— Não deu para a gente almoçar. Ele me deu um abraço bem apertado. Pegou a pequenininha, beijou e beijou. Depois, se mandou de bicicleta. Quando ele chegou para abrir a firma, para a turma começar o trabalho, quando ele colocou a chave na porta, vieram dois caras e colocaram um capuz nele. Levaram, jogaram dentro do carro e se mandaram — conta Lucia sobre o sequestro do marido. 

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Duarte destaca que muitas prisões ocorreram nos locais de trabalho dos sequestrados. Um deles foi preso no portão da Cipla, quando ia trabalhar. Outro companheiro foi preso dentro da Tupy, enquanto estava em seu expediente. Os militares nunca avisam as famílias, que só ficavam sabendo sobre as prisões pelos próprios colegas de empresa.

Lucia foi uma delas, avisada pelos colegas de trabalho sobre a prisão de Edgard. Determinada, ela pediu que eles voltassem à empresa, pois ela cuidaria de tudo. Foi até a casa da sogra, conversou com o sobrinho de 10 anos para que ele ficasse com Tatiane e foi até um telefone público para falar com algumas pessoas que, com ela, começaram a procurar por Edgard. Foi ali que o advogado da família confirmou que se tratava de uma prisão.

Ao chegar em casa, assim como Maria Rita, Lucia foi surpreendida pela bagunça. Nem o colchão da cama da bebê escapou da mira dos militares, que haviam revirado a casa em busca de alguma coisa que comprovasse o envolvimento de Edgard com o PCB.

— Quando eu voltei, vocês não têm noção de como estava a minha casa. Primeiro, o menino estava sentado na cadeira com a pequeninha no colo. A pequeninha gritava e ele chorava. A casa estava tão revirada, o sofá de perna para cima, a cozinha, tudo virado. No que entro no quarto,o nosso colchão jogado no chão, uma verdadeira bagunça. Meu Deus, até hoje me dá uma coisa — diz Lucia, com o coração apertado. As lembranças ainda causam falta de ar e deixam os olhos vermelhos.

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O cenário é parecido com o encontrado por Maria Rita. Sem apresentar qualquer mandado de busca e apreensão, os militares invadiram a casa da família Motta, em Florianópolis. No local, só havia uma funcionária, já que a mulher tinha saído com o pequeno Carlos Eduardo para tomar sol. A cena encontrada em casa foi uma pequena prévia do que viria a acontecer nos próximos meses. Ali já era possível ver a violência militar.

— Eles só entraram, subiram lá no quartinho meu e do Carlos Eduardo, reviraram para ver se achava alguma coisa, não tinha nada. Eles nunca apresentaram um mandado, um documento, nada. Só foram entrando. Roberto tinha uma coleção de, na época era toca fita, músicas clássicas. Ai, eles puxavam assim aquelas fitas e puxavam. Ali não tinha nada, eles fazem de propósito, sabe? Acabaram com a coleção dele de música clássica. Foi tudo terrível — recorda.

Para as duas famílias foram 15 dias de agonia. Em novembro, ninguém sabia onde Motta estava. Em dezembro, não se tinha pistas de Edgard. Sem notícias, Maria Rita passou a integrar o movimento de mulheres que denunciaram as violências do Estado e da ditadura militar, divulgando os nomes dos seus desaparecidos, cobrando respostas. Ela conta que, em um episódio, em que foi até a Universidade de São Paulo (USP) falar sobre o desaparecimento de Motta, chegou a mudar de carro três vezes porque estava sendo perseguida pela polícia. Maria Rita nunca esqueceu os ternos que os agentes usavam. Era assim que os reconhecia.

— Eu não tive medo. “Eu quero ver se eles têm coragem de me prender”. A única vez que eu tive medo foi quando eu fui a Porto Alegre. Fiquei mais de uma hora dentro de um salão, em um quartel. Ali eu fiquei com medo. Eu acho que eles me deixaram ali na mesma sala mais de uma hora. Sozinha. Eu não sabia o que iam fazer. “Mas vão vir aqui e vão me matar, né?”. Já pensava assim. Foi a única vez que eu fiquei com medo — conta Maria Rita.

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A coragem das mulheres diante do pesadelo

Elas se articularam na busca por seus companheiros, denunciando as violações e carregando as marcas do trauma até os dias de hoje

Principalmente nos primeiro meses após os sequestros, as mulheres tiveram um protagonismo muito grande, pois foram responsáveis por se articularem entre si, dando apoio umas às outras. Foi após a luta delas, a partir da organização das companheiras dos presos políticos que tanto Maria Rita quanto Lucia descobriram o paradeiro de seus maridos. Após as prisões, homens e mulheres foram levados para o Destacamento de Operações de Informação/Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/CODI) de Curitiba, no que Torres chama de “os porões da ditadura”. Espaços como estes foram os mais usados para tortura e assassinato de pessoas durante o regime militar que durou de 1964 a 1985.

— As pessoas eram levadas para Curitiba e começavam o que eles chamavam de investigação preliminar. Na verdade, são os famosos porões da ditadura. Uma pessoa ficava presa, ela ficava incomunicável. Ela sofria uma grande quantidade de torturas e muitos dos depoimentos, como a gente vai ver depois, desses réus, vão chegar já prontos para simplesmente assinarem. Eles eram torturados para dar alguma informação, mas na verdade eles já tinham estruturado, digamos, as informações que eles queriam e tentavam fazer justamente todo um dossiê dos 42 sequestrados para que a história de todos fizesse sentido. Então, muitas vezes, os réus assinavam coisas que eles não falaram — conta Torres.

As torturas marcaram o corpo e a mente daqueles 42 réus sequestrados durante a Operação Barriga Verde. Além das torturas físicas, os torturadores também usavam ferramentas psicológicas para tentar extrair qualquer informação possível dos presos.

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— Eles torturavam e diziam: “doutor, tu fala, a tua mulher está aí, aqui atrás”. Aí botavam mulher chorando, criança chorando, sabe? Eles fizeram horrores, horrores. Quando eu cheguei em Curitiba, eu entrei, eu vi umas pessoas que frequentavam a minha casa. Aí só fizeram sinal para mim, assim: “não te conheço”. Era para mim não falar nada. Essa pessoa, a filha dele foi torturada na frente dele, foi estuprada na frente dele. Ele também já morreu — recorda Maria Rita.

Duarte lembra que durante a CMV, em um dos depoimentos recebidos, a companheira de um dos presos políticos contou que o marido chegou a ser empalado durante as torturas. E que, nessas prisões, também recebiam eletrochoques nos órgãos genitais. 

De volta a SC

Foram cerca de duas semanas sem notícias de Edgard. Lucia só soube onde o marido estava quando os presos tinham sido transferidos de Curitiba para Florianópolis, na prisão em Canasvieiras. O prefeito de Joinville na época, Pedro Ivo Campos, reuniu as mulheres familiares dos presos para levá-las até a Capital para encontrar seus companheiros. Mesmo aos 81 anos, a memória ficou marcada. Lucia ainda recorda que reviu o marido em um sábado.

— Então sábado nós estávamos tudo lá. O motorista pegou nós e fomos. Tu não escutava um barulho dentro daquela Kombi. A gente parece que não conseguia nem respirar. Quando nós chegamos lá na polícia militar. Levaram nós para um salão enorme, onde eles estavam, que desespero. Era choro de tudo quanto é lado, um desespero, era um abraço, todo mundo se abraçando. Vocês não tem noção como eles estavam, o estado que eles estavam. Magros, machucados, mal vestidos — recorda Lucia. 

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Maria Rita também lembra que era possível ver na pele dos homens os machucados deixados pelas torturas. Além da questão psicológica. Roberto, por exemplo, foi internado em um hospital psiquiátrico pela própria ditadura, devido aos problemas de saúde mental que acarretou após as torturas no DOI/CODI em Curitiba.

— Ficou aqui no hospital porque ele teve um problema emocional muito violento. Tinha um médico que cuidava dele. Aí foi bravo, porque ele estava conivente com a polícia. O problema mais sério foi esse, porque eles não ficavam juntos. O Roberto ficou separado de todo mundo. Hoje eu estava pensando, o Roberto, quando eu conheci, ele era uma pessoa alegre, brincalhão, debochado, contava as histórias dele. Quando ele saiu, ele mudou completamente — cita Maria Rita.

Historiador e participante da CMV, Duarte destaca o modo como essas mulheres receberam seus maridos. Irreconhecíveis, marcados na pele pelos porões da ditadura.

— Seu Edgard falou uma vez: “Eu conheci pessoas derrotadas”. Essa é a maior vitória da repressão. É quando você sai do cárcere, depois de tudo que a gente passou na Operação Barriga Verde, e você está derrotado — cita.

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Em um dos depoimentos à CMV, Duarte ouviu uma companheira que relatou que o marido voltou para casa irreconhecível. Que costumava se envolver na comunidade, era comunicativo e alegre. Após a prisão e soltura, definhou. Morreu poucos anos depois. A família também atribuiu o falecimento às marcas da ditadura.

Roberto Motta faleceu em 29 de março de 1999, por problemas cardíacos, aos 54 anos. Maria Rita acredita que a morte dele tenha relação com a tortura sofrida, os problemas de saúde mental e físicos acarretados após as prisões. Edgard Schatzmann e Luiz Jorge Leal continuam vivendo suas rotinas aos 85 e 81 anos, respectivamente. Cada um, lidando à sua maneira com os traumas deixados pela ditadura.

Torturas sexuais

Além dos homens, há mulheres que também foram presas, não só na operação catarinense, mas em todo o Brasil. De forma geral, Torres lembra que as presas também passavam por torturas físicas e psicológicas.

— A gente sabe que para as mulheres, muitas vezes, existiam ameaças e torturas sexuais. É, isso é bem comum durante a ditadura — cita.

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Sandra Leal lembra que, durante a prisão do pai, a família era perseguida pelos ditadores. Mesmo pequena, aos 5 anos, ela já sentia medo de ser torturada.

— Eles paravam o carro, abriam a porta e falavam coisas para a minha mãe e para mim. A gente tinha muito medo de, como a gente já sabia que outras mulheres tinham sido estupradas, a gente tinha muito medo. E eles faziam isso sempre — lembra.

Lucia conta que no cotidiano eram perseguidas pelos militares. Quando entravam em um comércio, eram proibidas de comprar e taxadas como “comunistas”, após ordens dos ditadores. Mas o pior acontecia durante as visitas em Canasvieiras.

Conforme Lucia, elas precisavam de autorização para ir visitar os presos. Quando chegava a vez dela, a tiravam do grupo e a deixavam dentro de uma sala, sozinha, isolada. Isso aconteceu algumas vezes. Em um episódio específico, prenderam ela e uma companheira grávida.

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— Prendeu nós duas em um quarto e liberou os outros e mandou embora. “Elas não vão visitar os marido, elas estão presas”. Puseram ela, por causa da gravidez, já para amedrontar. Eles ficavam muito em cima de mim porque, em outras ocasiões, eu incomodei bastante. Sou franca a dizer, incomodei. Cheguei a ir até a televisão e declarar que foi o exército que sequestrou uma outra vez o Edgard, que estava desaparecido havia dois meses. Então eles me conheciam bem — cita Lucia.

As duas só foram liberadas na época, após os presos, tanto políticos quanto presos comuns, ameaçarem colocar fogo em colchões. Em depoimento à Comissão Municipal da Verdade (CMV), a mulher que estava grávida na época relatou que teve um parto prematuro por conta das violências sofridas.

Depois dos sequestros, algumas pessoas ficaram presas por menos de um ano. Outros ficaram reclusos por dois anos. Vinte e cinco foram absolvidos em julgamento, outros 17 foram condenados por subversão.

Quem são os 42 sequestrados pela Operação Barriga Verde

  • Alésio Verzola — 27 anos — Florianópolis
  • Amadeu Hercílio da Luz — 42 — Criciúma
  • Antônio Justino — 32 — Joinville
  • Celso Padilha — 26 — São José
  • Círio Arnoldo Vicente — 36 — Itajaí
  • Cirineu Martins Cardoso — 26 — Florianópolis
  • Cyro Manoel Pacheco — 37 — Chapecó
  • Edésio Ferreira — 51 — Itajaí
  • Edgar Schatzmann — 35 — Joinville
  • Elineide Lícia Martins — 25 — Florianópolis
  • Emmanoel Alfredo Maes — 40 — Itajaí
  • Everaldo Brodbeck — 36 — Balneário Camboriú
  • Irineu Ceschin — 32 Joinville
  • João Augusto de Melo Saraiva — 44 — Florianópolis
  • João Borges Machado de Souza —28 — Joinville
  • Jobê Silva da Nova — 43 — Criciúma
  • João Jorge Feliciano — 46 — Criciúma
  • Jorge Vieira — 35 — Criciúma
  • Júlio Adelaido Serpa — 26 — Joinville
  • Lourival Espíndola — 38 — Criciúma
  • Luiz Geraldo Bresciani — 26 — Porto Alegre (RS)
  • Luiz Jorge Leal — 31 — Criciúma
  • Marcos Cardoso Filho — 25 — Florianópolis
  • Márcio Campos — 25 — Florianópolis
  • Nahor Cardoso — 45 — Itajaí
  • Nelli Osmar Calduro Picolli — 60 — Itajaí
  • Newton Cândido — 39 — São Paulo (SP)
  • Osni Rocha — 27 — Joinville
  • Paulo Antônio — 31 — Criciúma
  • Roberto Cologni — 34 — Criciúma
  • Roberto João Motta — 28 — Florianópolis
  • Roque Felipe — 39 — Criciúma
  • Rosimarie Cardoso Bittencourt — 28 — Joinville
  • Sebastião Ernesto Goulart — 45 — Criciúma
  • Sérgio Giovanelli — 35 — Blumenau
  • Teodoro Ghercov — 56 — São José
  • Ury Coutinho de Azevedo — 48 — Piçarras
  • Valci Lacerda — 37 — Florianópolis
  • Túlio Valmor Bresciani — 35 — Criciúma
  • Vladimir Salomão do Amarante — 29 — Guarapuava (PR)
  • Waldemar João Domingos — 37 — Joinville
  • Walter Hernich Wily Horn — 43 — Porto Alegre (RS)

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