A criação do Festival 40+ ampliou a idade para que os bailarinos se apresentem em atrações competitivas do Festival de Dança de Joinville. As faixas etárias começam a partir dos 10 anos, com o Meia Ponta, passam pelas categorias júnior (13 a 15 anos) e sênior (a partir de 16 anos) da Mostra Competitiva e chegam até a nova atração, onde podem participar pessoas acima dos 40 anos que sejam aprovadas na seletiva.
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A competição aconteceu na última quinta e sexta-feira, tendo sido dividida em duas categorias por idade: 40+, com participantes de 40 a 59 anos; e o 60+, com bailarinos acima de 60 anos. Em cada uma delas houve a divisão pelos gêneros “Dança de Salão” (duo e conjunto), “Dança Popular Folclórica (conjunto) e “Dança Coreográfica” (conjunto com gênero livre envolvendo diversos gêneros de dança).
Uma das bailarinas que se apresentaram na primeira edição do Festival 40+ foi a paulista Eliana Favarelli, de 60 anos, ao lado do parceiro Beto Regina. Ela chegou na cidade da dança com a expectativa alta, já que eventos abertos para um público mais velho não são tão comuns no Brasil, segundo ela.
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A profissional tem 46 anos de carreira como bailarina e já acumula mais de 30 prêmios nacionais e internacionais. Ela também é professora de dança contemporânea e coreógrafa na própria escola em Americana (SP), faz corrida, aulas de circo, trapézio, pole dance e fortalecimento articular. São cerca de 5 horas diárias de atividades físicas que a mantém pronta para participar de competições em alto nível.
— Nos festivais em que vou, mesmo quando não ganhamos, temos muitos elogios das pessoas, e os mais jovens vêm perguntar como consigo manter meu corpo. Eu vivo de uma maneira que meu corpo sempre vai responder bem, mas para isso preciso abdicar de muitas coisas, como a alimentação ruim, e a atividade física tem que ser intensa — conta.
“Brasileiros têm problema com idade”, diz bailarina
Eliana já viajou o mundo para participar de competições de dança e circo com o parceiro Reginaldo Sama, de 44 anos. Segundo ela, em outros lugares, como nos Estados Unidos, os idosos são vistos com mais valor. Por aqui, a bailarina afirma que os brasileiros têm problemas ao lidar com a idade.
— Uma pessoa depois dos 40 anos não consegue emprego em uma empresa grande no Brasil. Às vezes, o talento dela é apagado só por causa do número. Ela está no auge do trabalho, da forma física, mas as pessoas a limitam pela idade — justifica.
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Durante o evento em Joinville, Eliana mostrou ao público que a idade não a impede de mostrar o talento e dedicação à dança. Ela se apresentou no Festival 40+, em palcos abertos e ainda acompanhou os alunos de sua escola participarem do evento, tanto em espaços espalhados pela cidade, quanto na Mostra Competitiva.
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