O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, marcou para os dias 24 e 25 de fevereiro de 2026 o julgamento dos réus acusados de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em março de 2018 no Rio de Janeiro. As informações são da GloboNews.
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Quem são os réus pela morte de Marielle Franco
- Chiquinho Brazão (deputado) e Domingos Brazão (ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio) — apontados pela Polícia Federal como mandantes do crime;
- Rivaldo Barbosa — delegado, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, acusado de ser o mentor intelectual do atentado;
- Ronald Paulo Alves Pereira (Major Ronald) — apontado por Ronnie Lessa (preso como executor do crime) como responsável por monitorar a rotina de Marielle;
- Robson Calixto Fonseca (Peixe) — ex-PM e ex-assessor de Domingos Brazão, suspeito de ajudar a ocultar a arma e de integrar o núcleo financeiro e imobiliário do grupo.
A denúncia, recebida integralmente pela Primeira Turma, inclui crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e organização criminosa.
O que os réus disseram em depoimento
Chiquinho Brazão
O deputado federal foi o primeiro a ser ouvido e chorou durante a audiência. Ele afirmou ter boa relação com Marielle e negou conhecer Ronnie Lessa. Ainda, disse disse ter encontrado Macalé, intermediário da “encomenda” do crime, somente quatro vezes. Afirmou também não ter tratado de assuntos ligados a milícia.
— Marielle sempre foi minha amiga. Era uma pessoa muito amável — declarou.
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Domingos Brazão
O conselheiro do TCE do Rio se emocionou durante o depoimento e também negou conhecer Lessa. Ele disse que o acusado “se sentiu encurralado” depois da delação de Élcio de Queiroz e relatou ter perdido 26 kg desde que foi preso.
— Eu preferia ter morrido no lugar da Marielle. Ele [Lessa] está destruindo a minha família — disse.
Rivaldo Barbosa
Para o delegado, sua prisão representou “sua morte”. Rivaldo diz ser vítima das mentiras de Ronnie Lessa e acredita que Cristiano Girão seria o verdadeiro mandante do crime.
— Eu fui assassinado. Me enterraram e vou tentar ressuscitar — declarou.
Robson Calixto (Peixe)
O ex-policial disse que não teve participação no crime, e que só foi citado por acompanhar Domingos Brazão. A Procuradoria Geral da União (PGR) aponta Calixto como responsável por gerir atividades de grilagem e repasse de dinheiro a laranjas para beneficiar o grupo.
— Graças a Deus nunca encontrei Lessa. Eu sou motorista do Domingos — afirmou.
Segundo a PGR, ele foi o responsável por monitorar a rotina de Marielle e avisou Macalé sobre o evento que ela participaria, informação que teria sido repassada a Ronnie Lessa antes da execução.
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Processo segue para julgamento
Os interrogatórios foram concluídos em outubro de 2024 e as diligências complementares finalizadas. Dessa forma, Moraes abriu prazo para alegações finais em abril de 2025, sendo que todas elas foram entregues até junho.
Nesta quinta, o ministro declarou que não havia outros impeditivos para o julgamento: “Considerando o regular encerramento da instrução processual […], solicito ao Presidente da Primeira Turma, Ministro Flávio Dino, dias para julgamento presencial da presente ação penal.”

