Os irmãos Flávio e Eduardo Bolsonaro se manifestaram nas redes sociais sobre a prisão domiciliar do pai deles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pela ministro Alexandre de Moraes (PL), nesta segunda-feira (4). Eles disseram, de forma distinta, que receberam a notícia com “muita indignação” e “tristeza”, mas “sem surpresa”.

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Em entrevista à CNN Brasil, Flávio Bolsonaro (PL) disse que esse é “mais um capítulo triste na história do Brasil”.

— Eu recebo essa notícia com muita indignação. É mais um capítulo triste na história do Brasil e agora estamos oficialmente em uma ditadura, onde uma única pessoa, sozinha, ela decreta prisão de um ex-presidente da República — afirmou o senador.

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro publicou uma nota nas redes sociais, afirmando que o pai dele foi preso “sem crime, sem provas, sem julgamento”, em uma ação classificada por ele como “abuso de poder”.

Confira a nota na íntegra

“NOTA À IMPRENSA – PRISÃO BOLSONARO (4/8/25)
Recebi com tristeza, como filho, mas sem surpresa, a notícia da prisão domiciliar do meu pai, Jair Bolsonaro. Desde que traçamos nossos planos para a restauração das liberdades no Brasil, sempre tivemos uma certeza: Alexandre de Moraes é um psicopata descontrolado que jamais hesitaria em dobrar a aposta. Após ser sancionado como o violador de direitos humanos que é, no dia seguinte a uma multidão tomar as ruas do Brasil contra ele e no mesmo dia em que novas denúncias da Vaza-Toga expuseram a podridão do seu gabinete, ele reagiu da única forma que conhece: dobrando a aposta em uma cortina de fumaça autoritária.
Essas ações só nos fortalecem. Alexandre de Moraes é agora um violador de direitos humanos oficialmente sancionado, e nós permaneceremos inabaláveis. As fichas do outro lado estão acabando, e as oportunidades de frear esta loucura estão se esgotando. Que o sistema entenda isso antes que seja tarde demais.
Deus abençoe o Brasil. E Deus abençoe a América.”

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Veja cronologia que levou à prisão de Jair Bolsonaro

Os motivos da prisão

Entre as razões citadas por Moraes, está o descumprimento pela segunda vez das medidas cautelares, o “que justifica a imposição da prisão domiciliar”.

Além disso, Bolsonaro teve uma “conduta ilícita dissimulada”, de acordo com o ministro, por preparar material fabricado para ser divulgado durante as manifestações que ocorreram pelo país neste domingo (3) e nas redes sociais. Por meio destes vídeos, áudios e publicações, Bolsonaro teria mantido uma conduta “delitiva”, segundo Moraes, como uma chamada de vídeo realizada por Bolsonaro com o deputado federal Nikolas Ferreira.

Uma postagem nas redes sociais feita pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, em que Bolsonaro aparece fazendo uma ligação para Flávio durante o ato no Rio de Janeiro, com uma mensagem para os apoiadores:

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“Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, disse Jair Bolsonaro.

“A Justiça é cega, mas não é tola”

Na decisão, Moraes afirmou que “a Justiça é cega, mas não é tola”. Dessa forma, ele “não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico”.

“Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, escreveu Moraes.

Prisão domiciliar

A prisão domiciliar inclui o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de visitas — com exceção de familiares e advogados — e o recolhimento de todos os celulares disponíveis no endereço residencial.

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