No calendário, o verão no Hemisfério Sul começa neste domingo (21). Mas para muita gente, esse sábado (20) já marca o início da temporada, com a chegada de férias escolares, recessos de final de ano e o Natal e Ano-Novo batendo na porta. Em Florianópolis, a praia de Jurerê estava repleta de moradores e turistas em busca de um lugar na faixa de areia alargada para curtir o sol e o calor.

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Entre elas, a empresária Débora Eduarda da Silva, que estava conhecendo a praia de Jurerê pela primeira vez junto com o esposo. Os dois são de Canela, no Rio Grande do Sul, e costumam curtir o verão no litoral de Santa Catarina. A praia limpa e a areia fofinha chamaram a atenção do casal para escolher o destino.

— Na verdade, aqui nessa praia é a primeira vez, mas a gente sempre vem para Santa Catarina. Hoje nós decidimos vir para cá porque a praia aqui é muito bonita, e para conhecer também esse lugar, e espero que a gente possa vir muitos anos também aqui — conta.

Já o médico Luiz Fernando Soares curtia o dia de sol em Jurerê junto com o sobrinho, o estudante Lucas Silva Soares. Enquanto Luiz é natural de Florianópolis, Lucas veio de Minas Gerais pelo terceiro ano consecutivo para aproveitar o verão na capital catarinense.

— Esse é o terceiro ano consecutivo que eu venho pra Floripa. Nos últimos anos ante a gente veio aqui e eu pretendo continuar vindo — conta Lucas.

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Manezinha e fã de um dia de praia em Jurerê, a aposentada Elisabete Costa conta que escolhe os horários de menor fluxo para garantir a ida e volta da praia sem trânsito. O balneário no Norte da Ilha é o seu preferido na capital.

— Nós estamos sempre aqui na praia, eu e meu marido. É sábado e domingo, nós estamos aqui. É a minha preferida. Conheço assim quase todas, e a nossa preferida é aqui — declara Elisabete.

Entre os pontos de destaque da praia, a aposentada aponta a tranquilidade e calmaria, sem som alto, além de estacionamento gratuito e de conseguir ir e voltar sem trânsito, por conta da horário. A moradora do Kobrasol afirma que já tem sentido a movimentação mais intensa de turistas, mesmo em outros bairros da cidade.

— Tá muito movimentada, tem muito turista já. E é de tudo que é lado, de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul, Paraná, tem bastante sim — destaca.

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Temporada de verão que gira a economia

Enquanto algumas pessoas têm nesse período de temporada de verão o descanso e as férias, outras garantem o sustento, por vezes, do ano todo. Em alguns casos, trabalhadores deixam sua rotina em outros estados para trabalhar em Santa Catarina e fazer um pé de meia.

Kennydson Pereira é de Rondônia e esta é a segunda temporada que ele vem para Florianópolis a trabalho. Foram três dias de viagem, parte de carro e outra de ônibus, até chegar ao destino, onde atualmente trabalha como vendedor em um quiosque. Esforço que, segundo ele, vale a pena financeiramente e pela experiência vivida na região.

— Compensa, compensa bastante, a gente é do interior do Brasil né, a gente ajuda a família, ajuda parente, ajuda todo mundo com o que a gente consegue com um trabalho aqui. Vale a pena, porque é uma experiência. É única, você não vai viver isso de novo, então tem que aproveitar ao máximo — afirma.

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O quiosque onde ele trabalha vende porções, bebidas, água de coco, lanches, gelo e outros itens. Grande parte dos clientes são de fora do país, especialmente da Argentina, Paraguai e Chile.

— A gente desenrola um pouco do portunhol, vai tentando entender o que é. Eles também compreendem alguma coisa, também ajudam e a gente vai se virar no que pode. A gente estuda o cardápio pra poder falar espanhol pra eles também, então já facilita — explica Kennydson.

Uma cena inusitada já virou frequente nas praias catarinenses: figuras vestidas do homem-aranha vendendo picolé e outras comidas. Neste sábado em Jurerê, um “encontro” de três vendedores usando a fantasia recriou o famoso meme dos três homens-aranhas se apontando, que já foi até reproduzido pelos atores do filme.

Um dos “heróis” é Marcos Dutra, natural do Rio Grande do Sul e morador de Florianópolis há quatro anos. Ele conta que veio com a família para conhecer a cidade, se apaixonou pela capital catarinense, e decidiu se mudar de forma definitiva. A qualidade de vida, oportunidades de emprego e segurança cativaram o gaúcho a escolher Florianópolis como lar. A “identidade secreta”, contudo, não veio já na primeira temporada vendendo picolé.

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— A primeira temporada trabalhei normal. Aí eu via colegas, tinha um colega que colocava fantasia. Senti curiosidade, coloquei e começou a dar certo, não parei mais. Até o adulto para a gente só para tirar foto, daí já acaba comprando um picolé. É super bom, porque chama atenção — relata.

A expectativa para essa temporada está alta por conta da previsão do número de turistas e da praia alargada, o que faz com que tenha mais espaço para mais banhistas. Marcos afirma que mais de 70% de suas vendas são para estrangeiros, especialmente argentinos, paraguaios e uruguaios. Por conta disso, aprendeu um pouco de espanhol. E espera que o calor e sol predominem para vender muitos picolés.

— Verão tem que ter muito sol, o vento não atrapalhar a gente. As crianças comem sorvete aqui em Jurerê praticamente o dia todo. Então é bom demais. Mas não pode ventar e tendo um dia de sol aí que nem tá dando hoje, vão vendas excelentes — afirma.