A lageana Kassia Teixeira da Silva, de 30 anos, deixou a cidade de Lages, na Serra catarinense, para embarcar em uma nova jornada com a filha e o marido na Espanha. Vivendo em Paracuellos de Jarama, uma pequena cidade na comunidade de Madrid, há quase três anos, Kassia encontrou uma forma doce de se conectar com suas raízes brasileiras e conquistar o paladar dos espanhóis: confeitando doces típicos do Brasil.
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Antes de se mudar, Kassia já era empreendedora em Lages, tinha uma loja de doces industrializados e presentes. A mudança para a Espanha precisou acontecer quando seu marido, Guilherme Santos, que é programador, foi transferido para trabalhar em Madrid.
— No início, tudo era lindo e maravilhoso, nos sentíamos turistas — conta Kassia sobre os primeiros meses no novo país.
Com o tempo, a novidade deu lugar à necessidade de adaptação e integração no novo lar. A recepção dos espanhóis surpreendeu positivamente a confeiteira.
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— Eles são educados e receptivos, embora mais objetivos e sérios do que estamos acostumados no Brasil. Fiz muitos amigos aqui e eles me ajudaram muito com o idioma — relata.
A decisão de empreender novamente veio da vontade de ocupar a mente e sentir-se útil além das tarefas domésticas e dos cuidados com a filha Isabela de 4 anos, que agora está bem adaptada à escola local. Conversando com amigos espanhóis, ela percebeu que havia espaço para seus doces no mercado local.
— Meu maior apoio é meu marido, que sempre compra minhas ideias. Meus amigos também são grandes incentivadores — disse Kassia.
Mas, a ideia de fazer brigadeiros e outros docinhos já era coisa antiga na vida dela, quando ainda morava no Brasil.
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— Engravidei em 2019 e minha filha nasceu em janeiro de 2020. Desde então me dediquei a ela e aos cuidados de casa, mas em 2020 tivemos a pandemia, então juntou tudo isso. Por um tempo, pra mim, estava tudo bem ficar em casa sendo ‘apenas’ mãe, mas após um ano de toda essa loucura, eu precisei ocupar minha cabeça com algo e foi aí que surgiu a ideia de fazer brigadeiros — contou.
Empreender fora do país fazendo doces brasileiros também veio da necessidade de lidar com a rotina.
— Sempre gostei de cozinhar, mas a confeitaria me encanta demais — afirma.
O desafio do idioma foi superado na prática, com muita coragem e disposição para aprender.
— Eu vim para cá sem saber nada de espanhol. Hoje mantenho uma conversa, vou sozinha onde preciso ir, e até faço brincadeiras com meus amigos. Não estou fluente ainda, mas aprendi na rua, na prática — explica.
A confeiteira reflete sobre a experiência de ser uma imigrante empreendedora.
— Imigrar não é fácil. No início é tudo novidade, mas depois a ficha cai. É difícil perder datas importantes com a família no Brasil, mas escolhemos essa vida pensando principalmente no futuro da nossa filha. Cada dia é uma nova experiência, uns bons, outros nem tanto, mas tudo isso faz parte de viver. Já vivemos tantas coisas, tantas experiências incríveis, que eu digo que vale a pena, mesmo vindo com um friozinho na barriga — reforça Kassia.
Veja fotos da confeiteira lageana e sua família na Espanha
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