Com previsão de conclusão em dezembro de 2021 — o que representa uma diminuição de três meses no atraso dos trabalhos —, a obra do contorno viário da Grande Florianópolis terá prioridade do Ministério da Casa Civil e do Ibama na liberação dos licenciamentos ambientais que ainda faltam. A informação foi passada pelo superintendente de Investimentos da Arteris, concessionária responsável pela construção, Marcelo Modolo, durante visita técnica às obras feita pela Comissão de Transportes e Desenvolvimento da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira.
Continua depois da publicidade
Essa prioridade prometida pelos órgãos federais, agora declarada em documento oficial, é vista como decisiva para o início dos trabalhos em janeiro de 2019 no trecho mais problemático da obra, em Palhoça. Nesta área, o projeto original previa que o traçado passaria por uma região onde atualmente há condomínios residenciais. Com isso, a Arteris teve que refazer o trajeto, obrigando à construção de mais três túneis duplos, de aproximadamente um quilômetro de extensão cada. É contando com a confirmação desses prazos que se estima a entrega do contorno pronto em dezembro de 2021.
Conforme a Arteris, dos 50 quilômetros de extensão do anel viário, 70% (35 quilômetros), já estão em obras, concentradas principalmente na parte intermediária, e há alguns trechos quase concluídos. Os 15 quilômetros restantes se concentram principalmente no trecho Sul, em Palhoça.
A concessionária ainda não sabe como o aumento do custo do projeto, com a inclusão dos três túneis, vai ser compensado. Há duas possibilidades: recursos do governo federal ou aumento da tarifa de pedágio na área administrada pela Arteris, que vai de Curitiba (PR) a Palhoça.
Desapropriações
Continua depois da publicidade
O diretor superintendente da Arteris, André Bianchi, que acompanhou a visita, afirmou que 95% das áreas que serão impactadas pelo anel viário já estão liberadas para as obras. Os trechos em que ainda há impedimentos, como a questão dos licenciamentos ambientais, estão nas extremidades, tanto na saída Sul, em Palhoça, como no acesso Norte, em Biguaçu, além do entroncamento com a BR-282, em Palhoça.
— Avançamos bastante no último ano, principalmente na questão das desapropriações, que é uma etapa bastante complexa. Foram 1,1 mil lotes desapropriados. Nosso foco agora é executar esses 35 quilômetros que já estão em obras e obter as autorizações para os pontos que ainda dependem de liberação — disse o diretor.
A visita técnica foi acompanhada por órgãos de imprensa, autoridades estaduais e dos municípios de São José, Biguaçu e Palhoça, além de representantes de entidades empresariais. A comitiva percorreu quatro pontos diferentes da obra, que tem como objetivo principal desviar o tráfego de veículos pesados do trecho da BR-101 que passa pela Grande Florianópolis.
Já foram aplicados R$ 915 milhões na obra e ainda não há uma estimativa do custo final.