Antes de ser o maior do mundo, o Festival de Dança de Joinville estreou a partir da ideia de uma apaixonada pela arte, em 1983. Albertina Tuma, diretora da casa Casa da Cultura na época, “sonhou alto” e depois de tirar a iniciativa do papel, esteve à frente do festival por 12 anos.
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Produtora cultural, Albertina relembra com carinho o início de um dos eventos mais tradicionais da maior cidade do Estado. Na época, depois de realizar uma série de eventos, ela foi convidada a fazer uma espécie de “intercâmbio da dança”.
— Eu sonhei mais alto, falei: “Não, deixa eu terminar esse [evento] e você me procura na semana seguinte para a gente conversar”. Mas eu lembro bem que eu disse “não, vamos sonhar mais alto, né?”. Eu fui até as estrelas. “Vamos fazer o festival de dança” — relembra Albertina sobre a ideia que surgiu na conversa com um diretor de balé.
Fotos do Festival de Dança de Joinville
O que faz do Festival de Dança de Joinville o maior do mundo
Como foram os primeiros festivais
No início, o Festival de Dança de Joinville começou simples e despretensioso. A produtora cultural conta que as referências em eventos como este estavam no eixo Rio-São Paulo. Com uma equipe de 600 voluntários, a primeira edição do festival aconteceu em 1983, com a presença de 47 grupos de dançarinos.
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— Naquele ano Santa Catarina sofreu uma grande cheia: aeroporto fechado, barreiras nas estradas e mesmo assim chegaram a Joinville 47 grupos. Foi um número, assim, expressivo, de quase 500 bailarinos — conta.
Apesar dos desafios para montar um festival, que se tornaria o maior do mundo anos depois, Albertina lutou pela sua ideia e contou com apoio intenso da comunidade. Muitos moradores abriram as portas de suas próprias casas e hospedaram os dançarinos que chegavam de vários lugares do Brasil.
— Os grupos vinham e ficavam do começo ao fim do festival. Era muito frio naquela época (…) e [o evento] começou a crescer tanto, que os grupos vindo para Joinville falavam que era um pedacinho da Europa no sul do Brasil. Eles amavam — relembra.
O palco do primeiro Festival de Dança de Joinville foi a Sociedade Harmonia Lyra. Albertina relembra que o evento foi um sucesso e a cidade abraçou a ideia. No segundo ano, as apresentações foram realizadas no Ginásio Ivan Rodrigues, que possuía um espaço maior.
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Qual foi o segredo do sucesso
Albertina destaca que sempre sentiu que o festival “nasceu sob o signo do sucesso”.
— Todo mundo queria nos ajudar. Era difícil, a gente atravessava a noite, não tinha um espaço próprio. A Harmonia Lyra foi o primeiro [palco], mas a capacidade já não comportava e passaram para o Ivan Rodrigues — explica.
A programação que é tão aclamada pelo público que esgota ingressos atualmente surgiu a partir das ideias ainda da década de 80.
— Fazíamos a Noite de Abertura, a Noite de Gala, a Noite dos Campeões, aula aberta, colocamos os coreógrafos nas praças com os bailarinos, como o Carlinhos de Jesus que reuniu na praça Nereu Ramos, na época, em torno de 5 mil pessoas dando uma aula aberta. Assim o festival começou — conta.
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Uma das lembranças mais marcantes para a produtora cultural no período de “nascimento” do festival eram as plateias lotadas, filas e mais filas para as apresentações e a quantidade expressiva dos números de inscritos.
— Sou formada em artes plásticas e em arte na educação também, mas sempre gostei de todas as atividades. Fiz uma comissão [na organização do festival] que avaliava as fitas na época, e atravessava a madrugada avaliando as fita. Era gente que queria vir que não acabava mais. Na época até onde eu deixei [a organização] já era um número expressivo de 7,5 mil bailarinos — relembra.
Para quem esteve presente no início do maior festival de dança do mundo, olhar para o passado é motivo de orgulho.
— A arte eu sempre digo, é o meu oxigênio, nasceu comigo, mas a dança foi realmente a âncora do meu trabalho — finaliza emocionada.
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Antonietas
Antonietas é um projeto da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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