O governo federal estuda o retorno do horário de verão ainda para este ano. Ainda nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve decidir sobre o assunto, que voltou à pauta devido à seca recorde no Brasil, e a chegada do período de calor ainda mais intenso.

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Com a seca, o nível os reservatórios das hidrelétricas, maior fonte de energia do país, baixou. O calor também aumenta o uso de eletrodomésticos como o ar-condicionado, e como consequência aumentam a demanda por energia.

Horário de verão vai voltar? Governo federal cogita medida, e especialistas analisam eficácia

O horário de verão foi extinto em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, o governo alegou que a economia de energia era baixa e, por isso, não justificava a medida.

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Nos próximos dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) devem apresentar um estudo sobre as atuais circunstâncias para o horário de verão. A decisão final, no entanto, cabe a Lula. Além de técnica, a decisão é política, já que mexe com a rotina da sociedade.

O NSC Total encerrou a enquete nesta segunda-feira (23).

O que dizem especialistas

Especialistas, como o professor Luciano Duque, apontam que os hábitos de consumo de energia mudaram ao longo dos anos. Hoje, mesmo durante o dia, o uso de aparelhos como ar-condicionado e ventiladores é intenso, reduzindo a eficácia do horário de verão em economizar energia. Segundo ele, a economia seria “insignificante”.

Horário de verão pode voltar devido à crise hídrica no Brasil

O engenheiro Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, afirmou que a economia de energia com o horário de verão seria de no máximo 0,5%, segundo estudos do ONS. No entanto, ele reconhece que a medida pode ajudar a reduzir a demanda de energia no início da noite, quando a geração solar diminui e as usinas hidrelétricas e termelétricas precisam suprir a demanda.

— Antigamente, o pico máximo de consumo ocorria no final do dia. Hoje, ocorre no meio do dia, e o horário de verão não interfere nisso. Mas no fim do dia, ainda há uma pequena influência. No momento em que a geração solar, que é cada vez mais relevante, começa a cair, entram em ação fontes de energia flexíveis, como hidrelétricas e termelétricas, para atender à demanda — explicou Sales.

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