A empresa imobiliária VR Brasil foi alvo da operação da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC-SC), nesta terça-feira (4). A investigação aponta que a empresa aplicava golpes por meio de um esquema de pirâmide financeira em São José, na Grande Florianópolis.
Continua depois da publicidade
Ao NSC Total, o delegado Lucas Neuhauser Magalhães explicou que a empresa trabalhava com cotas imobiliárias — uma fração do imóvel. Segundo ele, o investimento é comum em imóveis grandes, como condomínios, hotéis ou shoppings. No entanto, após receber o dinheiro, a VR Brasil teria encerrado o pagamento dos ganhos mensais dos clientes, e ficado com os investimentos. Cerca de 5 mil pessoas teriam sido prejudicadas pelo esquema.
A empresa fica localizada no bairro Campinas, em São José. O negócio se classifica como uma “empresa de gestão de patrimônio, que realiza operações de aquisição e comercialização de ativos imobiliários”.
Procurada pela reportagem, a VR Brasil não retornou. O espaço segue aberto.
Operação Pirâmide Sobre Rodas
Deflagrada nesta terça-feira (4), a Operação Pirâmide Sobre Rodas investiga o esquema de pirâmide financeira voltada à comercialização de cotas imobiliárias pela empresa VR Brasil. Para as autoridades, a estrutura teria causado prejuízos milionários, atingindo milhares de vítimas.
Continua depois da publicidade
Segundo a delegacia, 28 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em nove municípios do Estado. As buscas são realizadas nas casas dos suspeitos —entre os principais investigados está um dos gerentes da empresa imobiliária.
Durante a operação, itens específicos que estavam em posse dos investigados foram apreendidos. Entre eles, objetos eletrônicos, veículos, dinheiro em espécie e artigos de luxo foram coletados.
O que diz a defesa
Ao NSC Total, a defesa dos investigados disse que recebeu “com surpresa” o cumprimento de mandados de busca e apreensão, visto que haviam se colocado à disposição da investigação policial.
“A defesa recebeu com surpresa a notícia do cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência dos investigados. Desde o início das investigações, estes se colocaram à disposição da autoridade policial para prestar quaisquer esclarecimentos e realizar a entrega voluntária de documentos e dispositivos eletrônicos que pudessem interessar à apuração dos fatos”, afirmou o advogado Mathaus Aggaci, responsável pela defesa.
Continua depois da publicidade
O que dizem as vítimas
O delegado confirmou que cerca de 5 mil pessoas foram afetadas pelo esquema da VR Brasil. Procurado pelo NSC Total, o advogado das vítimas falou sobre a operação.
— Nós recebemos essa informação como mais um passo em busca da responsabilização de todos os golpistas que praticaram esse golpe nefasto em face de ao menos 3 mil vítimas, e também mais um passo em busca do ressarcimento. Nosso objetivo é justiça. E justiça é a responsabilização dos culpados e o ressarcimento das vítimas — afirmou o advogado Níkolas Bottós, responsável pelas vítimas.
*Sob supervisão de Luana Amorim