Após as polêmicas que envolveram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, o Inep afirmou que testará novas ferramentas de inteligência artificial para diminuir o número de humanos envolvidos na formulação da prova. Aplicado em novembro deste ano, o exame teve questões antecipadas em lives, apostilas e grupos de WhatsApp. Com informações do g1.

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Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manoel Palasios, a ideia é que haja uma equipe de juízes para “alinhas as máquinas” e garantir a eficiência do processo.

— Hoje, para fazer um pré-teste de questões, precisamos de 15 mil estudantes reais. O principal desafio disso é manter o sigilo do material. Vamos experimentar sistemas já desenvolvidos em que a IA simule ser alunos fortes, medianos e mais fracos respondendo — afirmou o presidente do Inep, ao g1.

Como as questões do Enem são escolhidas?

No modelo atual, as perguntas do Enem são retiradas do Banco Nacional de Itens (BNI). O “estoque de questões” é abastecido por três etapas:

  1. Elaboração dos itens: redação das perguntas feita por educadores e pesquisadores credenciados;
  2. Validação pedagógica: especialistas analisam se o item está alinhado à matriz de referência e às habilidades cobradas;
  3. Pré-testagem: questões são aplicadas a uma população semelhante à que fará o Enem. É aqui que mora a fragilidade do exame.

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As perguntas são “disfarçadas” e colocadas em avaliações para que, a partir de análises estatísticas e pedagógicas feitas a partir das respostas dos alunos, três aspectos sejam medidos:

  1. nível de dificuldade da habilidade cobrada (valores maiores representam questões mais difíceis);
  2. discriminação (mostra o quanto a questão diferencia participantes que dominam a habilidade daqueles que não dominam);
  3. acerto casual (representa a chance de acertar por “chute”).

Caso Ecley no Enem 2025

Edcley Teixeira, estudante de medicina, negou que tenha fraudado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 e falou que as semelhanças entre as questões exibidas por ele em uma live e as aplicadas na prova foram uma “coincidência”. As declarações foram feitas em uma entrevista ao Fantástico na noite do dia 23 de novembro.

O universitário afirmou que as perguntas que compartilhou com os seguidores durante uma transmissão ao vivo estavam em um concurso do Prêmio CAPES Talento Universitário de 2023, evento promovido pelo Ministério da Educação.

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Segundo ele, havia um padrão de questões similares, o que lhe levantou a suspeita de que poderiam ser “pré-testes” do Enem, uma prática comum no processo de elaboração da prova. Ele também admitiu ter pago alunos para memorizar as perguntas.

*Sob supervisão de Vitória Loch