Oito. Esse foi o número de ocorrências registrado em menos de uma semana no aplicativo do Corpo de Bombeiros Militar envolvendo enxame de abelhas em municípios na Grande Florianópolis. Os casos foram registrados em São José, Tijucas, Lauro Müller e Governador Celso Ramos, do dia 1° a 6 de novembro. Quando se trata de ocorrências em todo o Estado, são registrados enxames em residências, em via pública, mas também perto de colégios e até igrejas.
Continua depois da publicidade
Já no período de 1° de janeiro e 22 de outubro de 2025, quando se trata apenas de Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça, já foram feitos 287 atendimentos de ocorrências de captura e manejo de inseto relacionados a abelhas e vespas. Os dados também são do Corpo de Bombeiros Militar de SC.
O número representa cerca de 70% de todas as ocorrências registradas durante todo o ano de 2024, de janeiro a dezembro, quando foram contabilizados 389 casos.
O capitão do Corpo de Bombeiros Militar, Tiago José Domingos, afirma que áreas rurais e onde há transição para áreas urbanas possuem mais chance de ocorrências com abelhas, assim como áreas próximas a praças e jardins botânicos, “pois são atraentes para os enxames migratórios”.
“Enxameação”
Os bombeiros explicam que, com a chegada da primavera, que se iniciou no dia 22 de setembro, as ocorrências com abelhas tendem a aumentar. Isso porque esse período marca a chamada “enxameação”, fase reprodutiva das colmeias. É nesse momento que os insetos costumam se movimentar mais, procurando locais para permanecer.
Continua depois da publicidade
— Considerando o comportamento das abelhas e o ambiente, geralmente temos mais ocorrências em áreas com temperatura mais elevada, como o litoral central e Norte do Estado. Como no verão as temperaturas são elevadas amplamente, durante o verão a probabilidade é que sejam registradas ocorrências em todo o Estado — afirma o capitão.
Isso acontece na primavera com o aumento das temperaturas e da oferta de flores. Com esse ambiente mais favorável, parte das abelhas deixam as colmeias originais, em que passaram o inverno, e saem nos chamados “enxames de passagem”. Neste período, as abelhas costumam ficar em árvores, postes ou beirais de construções. Tudo isso temporariamente.
Foi o que aconteceu no condomínio da jornalista Manuella Wallerius, no bairro Trindade, em Florianópolis. Em questão de poucas horas, as abelhas formaram uma colmeia gigantesca em uma árvore. Porém, por estar em uma árvore entre os apartamentos e quiosques de lazer, Manuella não passou pelo local e, por isso, não sabia da situação.
Por isso, a jovem foi pega de surpresa quando viu a administração do condomínio enviar uma mensagem aos condôminos por um aplicativo, avisando sobre a situação.
Continua depois da publicidade
— Demorou cerca de três horas e meia até os apicultores chegarem aqui e retirarem as abelhas com segurança. O local onde as abelhas estavam foi isolado e os moradores foram orientados a evitar circular na área e manterem as janelas dos apartamentos fechadas — disse.
Cuidados necessários
Ela conta que o condomínio também pediu para os moradores evitarem andar nas áreas comuns mesmo depois de algumas horas da remoção concluída. Além do aviso pelo aplicativo de mensagens, a síndica do prédio também estava presente na guarita do condomínio para avisar aos moradores, segundo Manuella. Ninguém se feriu.
Neste caso, Manuella não chegou a ser aproximar do enxame, mas os bombeiros orientam para que a população mantenha a calma e evite movimentos bruscos ou gritos ao se deparar com as abelhas. Além disso, a pessoa deve se afastar lentamente, sem correr, protegendo rosto e pescoço, com as mãos ou um tecido.
Isso porque, de acordo com a corporação, os ataques ocorrem apenas quando as abelhas se sentem ameaçadas por barulhos, movimentos bruscos ou pela aproximação de pessoas e animais.
Continua depois da publicidade
Os bombeiros também pedem para que a população procure abrigo em locais fechados, como casas ou veículos, e não tente se esconder na água, já que as abelhas podem permanecer sobrevoando o local por vários minutos. A recomendação é não tentar afastar, atingir ou capturar os insetos, e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo número 193.






