O gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros na segunda-feira (11), em Belo Horizonte, após um empresário se irritar com a presença do caminhão de lixo na rua e exigir espaço para passar com seu carro. O suspeito, identificado como Renê da Silva Nogueira Júnior, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva na manhã desta quarta-feira (13). As informações são do g1.
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O empresário foi encontrado pela polícia em uma academia horas após o ocorrido. O homem é marido da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, que passou a ser investigada pela Corregedoria da Polícia Civil por ser dona das armas apreendidas após o assassinato. Veja abaixo o que se sabe sobre o caso:
Qual foi a motivação do crime?
Segundo as investigações, o empresário Renê Júnior teria se irritado com a motorista do caminhão de coleta de lixo. A mulher que dirigia o caminhão afirmou que tinha espaço suficiente para o carro passar, mas o condutor teria ameaçado atirar “na cara” dela. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse.
— O condutor falou com ela: “Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você. Você duvida?” Ela entrou em choque, e os coletores começaram a falar pra ele não fazer isso. Foi quando um deles, o Laudemir, levou um tiro — detalhou o sargento da Polícia Militar, Thiago Ribeiro.
Quem é o empresário suspeito de cometer o crime?
Renê da Silva Nogueira Júnior é casado com uma delgada da Polícia Civil de Minas Gerais. Em um perfil em uma rede social, com quase 30 mil seguidores, ele se apresenta como “Christian, husband, father & patriot” (em português: cristão, marido, pai e patriota). Profissionalmente, ele se intitula CEO da empresa Fictor Alimentos.
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Em nota, a Fictor Alimentos LTDA confirmou que Renê era prestador de serviços da organização há cerca de duas semanas e foi desligado. Já a Fictor Alimentos S/A negou qualquer vínculo empregatício com ele. O suspeito também cita que já trabalhou em grandes empresas do ramo alimentício e de bebidas.
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Quem é a vítima?
A vítima foi identificada como Laudemir de Souza Fernandes, descrito por familiares e amigos como um homem do bem e trabalhador. O gari trabalhava há nove anos para uma empresa terceirizada que presta serviços de limpeza urbana à Prefeitura de Belo Horizonte. Ele estava prestes a ser promovido para atuar na portaria e gostava de preparar o café da manhã aos domingos.
— Trabalhava todo dia, acordava 4 horas da manhã, para um dia depois do Dia dos Pais acontecer um trem desse. É muito ruim, horrível, não tem nem explicação para um sentimento desse. É revolta. Queremos justiça em primeiro lugar —disse Pedro Fernandes, sobrinho de Laudemir.
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Laudemir deixa uma filha de 15 anos e uma enteada, além da companheira, Liliane França.
— Ele vai me fazer muita falta, muita falta mesmo, porque era um homem perfeito. Era uma pessoa que respeitava, que cuidava da gente com muito carinho. Todos os dias de manhã ele falava que iria voltar. Dessa vez, ele não voltou para casa. Me devolveram o Lau num caixão — desabafou a companheira.
Quem é a esposa investigada?
Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, mulher de Renê da Silva Nogueira, é investigada pela Subcorregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais. A arma apreendida, que, segundo o boletim de ocorrência resultou na morte do gari, estava em nome da delegada. A mulher não estava no veículo no momento que o crime aconteceu.
Segundo a Polícia Civil, Ana Paula segue na função mesmo sendo investigada por uso de arma pelo marido e não há indicação para o afastamento.
Prisão preventiva decretada
A Justiça de Minas Gerais decretou a prisão preventiva do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior na manhã desta quarta-feira após ele passar por uma audiência de custódia. Os advogados destacaram que o acusado é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa. O juiz Leonardo Damasceno, entretanto, não acolheu estes argumentos.
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O homem foi encaminhado ao sistema prisional depois de prestar depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.
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