“Já desligou de saber onde está”, diz mulher de Kubrusly, jornalista que sofre com demência

A esposa do jornalista Mauricio Kubrusly, Beatriz Goulart, falou sobre o estado de saúde do repórter conhecido especialmente por suas reportagens no Me Leva Brasil, do Fantástico, nos anos 2000. Ele sofre com uma demência frontotemporal, aos 79 anos. Diagnosticado em 2016, atualmente já não lê ou escreve e fala cada vez menos, além de ter dificuldade em reconhecer outras pessoas.

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“Ele já desligou de saber onde está. Antes a gente andava quilômetros. Agora, caminhamos uns 500 metros, porque ele se cansa”, contou a esposa, em uma entrevista por ocasião do lançamento do documentário Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar Por Aí.

Desde 2018, Kubrusly vive com Beatriz, única pessoa de quem ele lembra o nome, em uma comunidade à beira-mar no sul da Bahia. A mulher de Kubrusly relembra as dificuldades com médicos em certos pontos do tratamento, inclusive pelo fato de inicialmente a doença ter sido confundida com o Alzheimer.

“Tratavam ele como uma celebridade e não como paciente. Perguntavam da televisão e a gente ficava ‘no escuro’”.

Documentário “Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí”

O documentário sobre Kubrusly, que estreia no dia 4 de dezembro no Globoplay, retrata a história de um dos mais brilhantes jornalistas de cultura do Brasil. Conhecido por seu imenso repertório, Maurício Kubrusly foi crítico musical e escreveu sobre os mais variados assuntos.

O repórter ingressou na TV Globo na década de 80 e passou por jornais impressos, rádio e TV. No Fantástico, Mauricio Kubrusly ganhou destaque com o quadro “Me Leva, Brasil”, onde contava o dia a dia de brasileiros que viviam longe dos grandes centros do país.

O jornalista já visitou mais de 150 cidades e percorreu cerca de 400 mil quilômetros por todo o Brasil, no quadro que permaneceu no ar por 16 anos.

“Você vê, é uma coisa divertida e ao mesmo tempo curiosa. Vai descobrindo coisas pelo Brasil afora (…) Com esse jeitão dele, muitas das vezes, bem descontraído, às vezes meio irônico, meio divertido, ele se divertia fazendo as coisas”, conta Luiz Nascimento, ex-diretor do Fantástico, em depoimento ao documentário.

Com imagens de arquivo e depoimentos de amigos e profissionais que trabalharam com ele, o jornalismo da Globo reconta essa história no documentário.

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