A possibilidade de o JEC se transformar em um clube-empresa, passando de associação sem fins lucrativos para Sociedade Anônima do Futebol (SAF), vai analisar alternativas para sanar o endividamento do clube e não somente atrair investidores para o seu departamento de futebol. Em entrevista nesta sexta-feira (13) para a CBN Joinville, o coordenador da comissão formada no Tricolor para analisar as possibilidades sobre a lei da SAF, Geraldo Campestrini, disse que os estudos se darão em todos os cenários.
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— A oportunidade de renegociar um processo de endividamento pode ser interessante também, sem necessariamente receber investidores de fora — declarou.
Campestrini é conselheiro do clube e é mestre e doutor em gestão do esporte, e vai estar à frente da comissão que é formada por mais cinco conselheiros. Segundo ele, os trabalhos a partir de agora serão para aprofundamento no texto da lei e verificar as possibilidades permitidas. O texto da lei que trata da SAF aponta três opções: a conversão completa da associação em sociedade anônima; a separação do departamento de futebol (para investimentos) e a manutenção da associação; ou ainda o início do zero de uma sociedade anônima voltada ao futebol. Ainda de acordo com o conselheiro, o fato de iniciar o grupo de estudos não necessariamente quer dizer que o JEC vá se abrir a alguma dessas possiblidades, mas é apenas um passo para conhecer as oportunidades.
— É bom deixar claro que a gente pode chegar a conclusão, no final do processo, de que não é viável, não necessariamente o Joinville Esporte Clube precisa aderir [à Sociedade Anônima do Futebol] — comentou.
Um clube-empresa tem a prerrogativa de poder desenvolver suas atividades a fim de buscar o lucro, como outra empresa qualquer. Assim, os investidores vão controlar o clube, como se fossem donos. Campestrini fez questão de destacar que haverá liberdade caso essa transação um dia venha a ocorrer no JEC, mas mecanismos de proteção serão criados para cuidar da imagem do clube. Como por exemplo, a mudança de escudo, mascote, cores ou outras identificações.
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— Tem essa hipótese [de mudança], a lei não veta, mas eu acredito que não é o desejo de ninguém que está na comissão mudar escudo, nomenclatura ou cores do Joinville Esporte Clube — disse.
Além da questão da segurança para a associação, outro tema que será amplamente discutido nessa comissão vai ser a criação de um sistema de governança. Segundo Campestrini, essa medida vai assegurar que o clube receba os investimentos que precisa e os investidores saibam tudo o que está ocorrendo. Ainda de acordo com o conselheiro, aportes financeiros no Joinville podem vir de várias frentes, não apenas de uma principal fonte.
— A gente tem possibilidades, inclusive, de pulverizar esses investimentos, pequenos investidores para que assim possam alavancar o clube — destacou.
Os trabalhos da comissão que estuda a SAF no JEC devem seguir até o dia 30 de novembro. Além de Geraldo Campestrini, o grupo tem ainda os conselheiros Joffran Guilherme da Silva; Roberto Pugliese Jr; Edigar Zimmerman; e Maycon Truppel Machado. O diretor de futebol do clube, Leonardo Roesler, indicado pela diretoria executiva, também fará parte do grupo. Já os presidentes dos poderes executivo (Charles Fischer), deliberativo (Darthanhan de Oliveira) e fiscal (Alexandre Poleza) – e o CEO do clube (Luis Carlos Guedes) – também poderão acompanhar os trabalhos, mas não terão direito a voto.
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Abaixo, você ouve a entrevista completa de Geraldo Campestrini concedida nesta sexta-feira, 13 de agosto de 2021. O CBN Mais vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h.