Um rapaz de 19 anos admitiu na quinta-feira ter assassinado o escritor Wilson Pinto Bueno, 61 anos, achado morto em sua casa, em Curitiba, na última segunda-feira, com dois golpes de faca no pescoço.

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Segundo Kleverson Schmidt, 19, técnico autônomo em telefonia celular, o crime aconteceu após uma briga entre ele e o escritor por uma dívida de R$ 130, na noite de domingo – versão que já é contestada pela família de Bueno (leia abaixo).

Preso na madrugada de quinta-feira na cidade de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, Schmidt disse que atingiu o escritor após ele tentar lhe agredir.

Em entrevista à imprensa, o jovem afirmou que houve discussão por causa do bloqueio de um cheque de R$ 130 emitido por Bueno para pagar um programa sexual (R$ 70) e o desmanche de uma casa de madeira da família da vítima (R$ 60).

Schmidt afirma que conheceu o escritor na última sexta-feira numa sauna de Curitiba, onde faz programas sexuais esporádicos. No mesmo dia, disse o rapaz, o programa ocorreu. Depois que Schmidt já tinha usado o cheque para comprar um botijão de gás, Bueno ligou para avisar que havia sustado o documento – sem explicar o motivo.

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– Aí fui até a casa dele para cobrar o dinheiro que me devia – disse o rapaz. Peguei uma faca e a escondi para intimidá-lo. Não queria matar ninguém, só assustá-lo, mas ele me agrediu.

Schmidt não tem antecedentes criminais e afirmou ser usuário de drogas. Na entrevista, disse que estava arrependido do crime.

Família da vítima contesta versão do acusado

O psicanalista e químico Luiz Carlos Pinto Bueno, 53, primo do escritor Wilson Bueno, disse que a família não acredita na versão de Kleverson Schmidt. Ele afirmou que o primo “não reagiria da maneira como o garoto está dizendo”.

– Isso é uma desculpa que ele arrumou para justificar tudo o que ele fez – disse o psicanalista.

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O primo do escritor assassinado afirmou ainda que o parente foi atingido por trás, o que contradiz a informação de Schmidt de que reagiu com a faca após de ter sido atacado pela vítima.

– Ele não conseguiria produzir o ferimento no pescoço se Bueno não estivesse sentado na cadeira de sua escrivaninha – afirmou.

Luiz Carlos disse que o escritor pode ter sido vítima de “extorsão” do autor confesso.

– Ele revirou a casa inteira atrás de objetos – declarou – A opção sexual do meu primo não interessa. O Wilson era uma pessoa voltada para a arte, a literatura. Ele tinha acertado com esse rapaz para ele fazer a demolição de uma casa de madeira. Sempre foi muito solidário com as pessoas.