O Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou no País a realização de cirurgias para mudança de sexo indicada para transsexuais femininas. O procedimento – que consiste na retirada de útero, mama e ovário – era considerado experimental para essa finalidade. Agora, ele deixa de ter essa classificação.

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A decisão, que será publicada no Diário Oficial amanhã, abre caminho para que a operação possa ser feita tanto em serviços públicos quanto particulares.

– Como a cirurgia deixa de ser experimental, não vejo razão para ela não passe também a ser feita por planos de saúde – afirmou Edevard Araújo, relator da resolução no CFM.

No entanto, a resolução condiciona a cirurgia para mudança de sexo a uma análise feita por uma comissão multidisciplinar composta por médicos, assistentes sociais e psicólogos.

– O procedimento é semelhante ao realizado na cirurgia para transsexuais masculinos – afirma – São dois anos de acompanhamento para verificar as condições do paciente.

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O cuidado é necessário para garantir que candidatos à cirurgia tenham plena convicção da escolha.

– Não é algo que se volte atrás. Daí a necessidade de todo o cuidado dos profissionais – observou Araújo.

Há também idade mínima para realização da cirurgia: 21 anos. Médicos que acompanham a paciente também farão indicação, se necessário, para uso de hormônios masculinos.

– A avaliação é responsabilidade da equipe destacada para acompanhar a paciente – disse.