A primeira dama do Brasil, Janja Silva, publicou um vídeo nas redes sociais onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oferece jabuticaba a Trump em meio à briga por tarifaço, neste domingo (13).

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“Eu vim chupar jabuticaba de manhã, porque eu duvido que alguém que chupe jabuticaba fique com mau humor. Vou levar jabuticaba para você, Trump, e você vai perceber que o cara que come jabuticaba de manhã, em um país que só ele dá jabuticaba, sabe, não precisa de briga tarifária, precisa de muita união e de muita relação diplomática. É isso”, diz Lula no vídeo.

A publicação foi feita quatro dias após o presidente dos Estados Unidos anunciar que os EUA irá aplicar tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros a partir do dia 1° de agosto.

Vídeo tem relação com o tarifaço de Trump

A medida foi anunciada em uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), compartilhada na sua rede social, Truth Social.

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Na carta, Trump diz que “os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país” e que a taxação é necessária “para corrigir as graves injustiças do sistema atual”.

Confira carta do presidente dos EUA

Conheci e tratei com o ex-Presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!

Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos (como demonstrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os Estados Unidos, separada de todas as tarifas setoriais existentes. Mercadorias transbordadas para tentar evitar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.

Além disso, tivemos anos para discutir nosso relacionamento comercial com o Brasil e concluímos que precisamos nos afastar da longa e muito injusta relação comercial gerada pelas tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil. Nosso relacionamento, infelizmente, tem estado longe de ser recíproco.

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Por favor, entenda que os 50% são muito menos do que seria necessário para termos igualdade de condições em nosso comércio com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do sistema atual. Como o senhor sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o possível para aprovar rapidamente, de forma profissional e rotineira — em outras palavras, em questão de semanas.

Se por qualquer razão o senhor decidir aumentar suas tarifas, qualquer que seja o valor escolhido, ele será adicionado aos 50% que cobraremos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de tarifas e barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil, que causaram esses déficits comerciais insustentáveis contra os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional!

Além disso, devido aos ataques contínuos do Brasil às atividades comerciais digitais de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais desleais, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.

Se o senhor desejar abrir seus mercados comerciais, até agora fechados, para os Estados Unidos e eliminar suas tarifas, políticas não tarifárias e barreiras comerciais, nós poderemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo do relacionamento com seu país. O senhor nunca ficará decepcionado com os Estados Unidos da América.

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Muito obrigado por sua atenção a este assunto!

Impacto no país e em SC

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o aumento da tarifa possa impactar a competitividade de cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para os EUA. O presidente Associação Intersindical Patronal de Itajaí, Gustavo Bernardi, afirmou que a medida pode afetar até 10 mil empregos no Estado.

Veja produtos mais exportados por SC aos EUA

A Federação do Comércio de Santa Catarina (Fecomércio-SC) também divulgou nota sobre a tarifa de 50% anunciada para produtos brasileiros. Para a entidade, a medida representa uma séria ameaça à pauta exportadora de SC e compromete diretamente a competitividade dos nossos produtos. “As consequências de uma medida dessa magnitude incluem a redução da atividade econômica, a perda de empregos e impactos sociais que podem se estender por toda a cadeia produtiva catarinense”, aponta.

Em razão disso, a Fecomércio cobra na nota “maturidade institucional” para atuação na esfera diplomática com negociação com os Estados Unidos e “evitar prejuízos que, neste momento, ainda são incalculáveis para Santa Catarina e para o Brasil”.

Um dos setores com maior volume de exportação aos Estados Unidos é o de produção de móveis de madeira. O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil), afirmou em vídeo ver com “profunda preocupação” o anúncio de Trump sobre o tarifaço.

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Ele lembra que os Estados Unidos respondem por mais de 54% da produção exportada pelas indústrias da região Norte de SC. Segundo o dirigente, a tarifa compromete seriamente a competitividade dos produtos feitos na região e pode afetar empregos e investimentos. “O Sindusmobil considera essa medida injustificada, desproporcional e prejudicial ao comércio bilateral historicamente pautado por confiança mútua, qualidade industrial e geração de valor para ambos os países”, sustentou.

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