Da fundação de casas e edifícios até os móveis que usamos diariamente, a madeira é um recurso fundamental na construção das sociedades. No entanto, sua exploração desordenada, ao longo de séculos, vem causando danos irreparáveis ao meio ambiente, além de estar associada a práticas ilegais, como o desmatamento predatório e o trabalho análogo à escravidão.
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Por essas razões, empresas e consumidores finais devem estar atentos durante a compra de madeiras, sejam elas brutas, em chapas e pranchas, móveis ou, ainda, de papel, pois é fundamental que sejam certificadas por órgãos responsáveis.
O que é madeira certificada?
A madeira certificada é aquela cuja produção segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, garantindo um manejo florestal sustentável.
No Brasil, o selo FSC (Forest Stewardship Council) é o mais reconhecido mundialmente e assegura que a madeira foi extraída de forma legal e ecológica.
Entender a diferença entre madeira legal e certificada também é importante para uma escolha consciente. Enquanto a madeira legal apenas segue as normas ambientais, sem garantir um impacto positivo para as comunidades e trabalhadores, a madeira certificada exige fiscalização contínua e o cumprimento de critérios sociais e ambientais.
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O processo de certificação é criterioso
Para obter o selo FSC, é necessário passar por uma rigorosa avaliação realizada por certificadoras credenciadas. Essas auditorias analisam o manejo da floresta, as condições de trabalho e os impactos socioambientais da atividade madeireira.
O cumprimento dessas normas garante que a madeira comercializada não provém de desmatamento predatório e que a exploração florestal é feita de maneira renovável.
William Mazuco, sócio-proprietário da Madeireira Mazuco, em Orleans (SC), destaca a importância da documentação correta junto aos órgãos municipais e ao IBAMA para garantir a legalidade da atividade.
— Todos os clientes que adquirem essas madeiras devem ter os devidos registros junto aos órgãos ambientais e seguir as normas — explica Mazuco.
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Esse controle evita irregularidades e assegura um mercado mais transparente e responsável.
Benefícios da madeira certificada
Optar por madeira certificada traz vantagens ambientais, econômicas e sociais.
A certificação assegura que a exploração madeireira é realizada sem comprometer a biodiversidade e sem provocar o desmatamento ilegal. Áreas de preservação, como regiões próximas a rios e nascentes, são protegidas, evitando impactos negativos nos ecossistemas locais.
Ainda na questão ambiental, o correto aproveitamento dos resíduos é outro diferencial.
— Os resíduos como pó de serra são usados como cama para animais em confinamento, como em aviários. Já as costaneiras são trituradas e usadas em caldeiras —, destaca Mazuco.
Essa prática reduz desperdícios e maximiza o aproveitamento dos recursos florestais.
Com relação ao mercado, a madeira certificada possui maior valor agregado no mercado.
Empresas que adotam esse tipo de produto ganham reconhecimento e credibilidade, atraindo clientes preocupados com a responsabilidade ambiental e, consequentemente, fazem melhores negócios.
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A garantia de origem é outro importante diferencial no mercado, pois, ao adquirir um produto certificado, o consumidor tem a certeza de que a madeira provém de uma fonte bem manejada e não contribui para a exploração predatória dos recursos florestais.
A certificação também garante que os trabalhadores da indústria madeireira tenham condições dignas de trabalho, combatendo a exploração de mão de obra escrava e promovendo a segurança ocupacional.
O papel do consumidor no futuro das florestas
Escolher produtos feitos com madeira certificada é uma responsabilidade compartilhada entre produtores e consumidores.
Empresas como a Madeireira Mazuco estão comprometidas com a extração sustentável, mas cabe também ao consumidor exigir produtos de origem confiável.
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— É muito importante comercializar somente madeira de reflorestamento legalizada, pois a sobrevivência das próximas gerações e da nossa depende de nosso cuidado com o meio ambiente — ressalta William Mazuco.
Para ele, é possível manter a atividade econômica sem comprometer o futuro do planeta.
— Entendemos que todos temos que trabalhar e sustentar nossas famílias, mas para isso não precisamos agredir nossa terra — pontua.
A madeira certificada é a melhor opção para quem deseja investir em produtos de qualidade sem contribuir para a degradação ambiental. Além de garantir a sustentabilidade das florestas, a certificação agrega valor ao mercado madeireiro e promove condições dignas de trabalho.
— Manter uma atividade de extração autossustentável, protegendo os recursos naturais, é a melhor forma de cuidar do mundo para as próximas gerações — defende Mazuco.
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Ou seja, empresas e consumidores conscientes podem, juntos, transformar o setor madeireiro em um exemplo de responsabilidade ambiental.