A falta de médicos pediatras na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul afetou a manhã desta terça-feira (16) em Joinville. Em denúncia, uma mãe que preferiu não se identificar relatou que levou seu filho à unidade, mas que o atendimento precisaria ser feito por um clínico geral e não por um profissional especialista.
Continua depois da publicidade
A reportagem do NSC Total apurou que por volta das 7h ela levou o seu filho de 6 anos até a UPA Sul para receber atendimento. Na unidade, a família foi comunicada que não havia pediatra e que o menino ficaria na fila para ser atendido por um clínico geral.
— Não tem pediatra nenhum, está vazia ali a sala das pediatrias e estão mandando as crianças lá junto com os adultos. Lá, as crianças têm que esperar a vez porque está muito lotado — afirmou à reportagem.
Após a situação, a mãe precisou deixar a unidade de saúde, já que não havia previsão de atendimento à criança, devido à lotação.
Segundo Mara Tavares, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej), o problema já acontece há algum tempo na unidade de saúde, que conta com profissionais terceirizados de uma empresa privada. A situação é a mesma na UPA Norte e acontece parcialmente na unidade Leste.
Continua depois da publicidade
— Com frequência o sindicato recebe denúncias, principalmente da UPA Sul, que é a unidade que atende a maior demanda da cidade, em condições bem precárias, de que a terceirizada não está atendendo, não dispõe de médicos (pediatras) para o atendimento — explica.
Assim, a presidente afirma que, na ausência dos médicos da terceirizada, são os clínicos gerais concursados da UPA que se submetem a atender as crianças e, neste cenário, os profissionais ainda estariam colocando em risco as suas carreiras, já que a pediatria não é a habilitação original deles.
Por conta da situação, que é relatada há cerca de um mês ao Sinsej, o sindicato procurou a gestão municipal para esclarecimentos, mas não obteve respostas e nem proposta de possíveis soluções.
O que diz a prefeitura
Em nota ao NSC Total, a prefeitura de Joinville esclareceu que a inclusão de profissionais médicos contratados para atendimento infantil nas UPAs da cidade não exige o serviço específico de pediatria, mas sim de atendimento infantil, seguindo uma portaria ministerial, que não exige a obrigação da formação. Confira na íntegra:
Continua depois da publicidade
“A Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria da Saúde, informa que a inclusão de profissionais médicos contratados para atendimento infantil nas Unidades de Pronto-Atendimento do município é regularizada por meio de um edital de credenciamento já vigente, em conformidade com a portaria ministerial que rege as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), que não exige o serviço de pediatria, mas sim de atendimento infantil. A Prefeitura também reforça que, como estratégia de cuidado, indo além do que é exigido pela portaria, credencia clínicos que tenham, no mínimo, a apresentação do curso de especialização ou comprovação de ao menos dois anos no atendimento infantil, curso de pós-graduação ou especialização em pediatria”.
Já em relação ao tempo de espera para atendimento na unidade, relatado pela mãe na manhã de hoje, a prefeitura informou que a UPA Sul atende normalmente, com as equipes completas, nesta terça-feira (16). Durante a manhã, o horário de pico de atendimento foi das 9h às 10h, com 57 pacientes para classificação de risco.
O maior tempo de espera registrado pela manhã foi de 83 minutos para atendimento clínico de pacientes com classificação verde, a menos urgente.
*Sob supervisão de Leandro Ferreira





