Manifestantes favoráveis e contrários à comercialização do milho transgênico dividiram espaço em frente ao Palácio do Planalto no início da tarde desta terça-feira, quando o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) se reúne para tomar uma decisão sobre o assunto.
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Movimentos sociais encabeçados pela Via Campesina exibiam faixas que firmavam a posição contrária à liberação: “Milho transgênico, a tragédia do governo Lula” e “CNBS = biossegurança ou biotecnologia?”. Do outro lado, as faixas de produtores rurais de Cristalina (GO), pediam a comercialização. “Milho transgênico, melhor para o meio ambiente, melhor produtividade”.
A integrante da Via Campesina, Maria Costa, afirma que não há estudos suficientes sobre os benefícios ou malefícios de produtos transgênicos e que “a liberação comercial não oferece segurança para a saúde nem para o meio ambiente”.
Ela afirma também que o milho transgênico irá colocar em risco as espécies tradicionais da semente, já que a polinização do milho é aberta e, portanto, o pólen pode viajar quilômetros – transportado pelo vento ou por pássaros – e contaminar a plantação de outros produtores.
Já o integrante da Associação dos Produtores Rurais de Cristalina, Geraldo Figueiredo, afirma que o milho transgênico será mais resistente a pragas. Para ele, a espécie será benéfica para os pequenos produtores e para os assentamentos:
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– Eles que têm poucas máquinas e não têm tecnologia mais avançada será melhor ainda por que eles plantam o milho e vão ter que cuidar do mato, não vai ter pragas.
Na última reunião do CNBS, em janeiro, os ministros adiaram a decisão e pediram à Advocacia Geral da União (AGU) um parecer sobre a competência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os dois órgãos apresentaram recursos para impedir a liberação comercial do milho transgênico.