* Por Flávia Requião
Pensou em tamanho — mas tamanhão — de família, lembrou de Marcio Garcia, pai de quatro filhos. Pensa, agora, em Tamanho Família. O programa comandado pelo apresentador estreia a sua quinta temporada neste domingo, pela NSC TV, a partir das 12h45min. Vai ocupar o horário do The Voice Kids, companhia certa de muitos telespectadores nos almoços de domingo, até o fim de semana passado no ar. Mas nada que tire o sono de Marcio Garcia.
Continua depois da publicidade
Aos 49 anos, ele tem cancha de sobra para falar sobre o assunto e apresentar a atração. Pai de Pedro, 15 anos, Nina, 14, Felipe, 10, e João, cinco aninhos, frutos do casamento com a nutricionista Andrea Santa Rosa, 40, Marcio é a cara do programa.
— Estou credenciado para falar de família — afirma ele, antecipando o que vem aí:
— Spoiler é comigo mesmo!
Continua depois da publicidade
O programa chega à sua quinta temporada. O que esta terá de diferente em relação às anteriores?
A gente tem um cenário novo. Agora, os sofás ficam lado a lado. Com isso, as famílias participam mais dos papos umas das outras, interagem mais. A gente tem uma prova a menos. E, aí, acaba sobrando tempo para mais papo. E teremos umas provas bem tecnológicas, muita coisa com simulação de game, óculos de realidade virtual, painéis interativos em que a gente pisa em cima, bem legal. Acho que as provas estão ainda mais divertidas. E sempre pensamos numa dinâmica em que o pessoal de casa passa a participar e torcer também. A Família Lima continua com a nossa trilha sonora no palco para embalar as brincadeiras.
Por que você acha que Tamanho Família tem se revelado um acerto no horário, aos domingos?
Sou suspeito para dizer, mas o programa é incrível, tem uma fórmula despretensiosa e leve. Ali, a família está sempre em primeiro plano, não é o convidado nem eu. E as pessoas gostam de ver o famoso despido desse paradigma da celebridade, como um parente daquela família, como outro qualquer. Isso, realmente, traz ao público momentos de alegria, de descontração e, como a gente sabe, de emoção também. É o momento em que a família conversa, se diverte. Funciona como uma espécie de terapia para a família, porque estão ali diante das câmeras e querem mostrar tudo o que tem entre eles. É muito gratificante. Acho que o segredo de divertir o público é você se divertir.
Como são feitas as escolhas das famílias que vão divertir o público de casa?
Escolhemos os convidados e, a partir daí, temos pesquisadores na equipe que vão a campo e destrincham tudo de cada família: como ela se organiza, sua dinâmica, seus componentes e como são essas relações familiares. A partir daí, são pensadas as provas mais adequadas para cada programa. A ideia é queos convidados se divirtam e também se emocionem.
Pode dar algum spoiler e revelar ápices de programas já gravados desta temporada? Rola DR?
Spoiler é comigo mesmo! Quando me pedem para não mostrar o novo cenário, eu já postei (risos). DR de boa, sempre tem. Eu chamaria de ‘liberdade de expressão com seus parentes’ (risos)! Tem convidado que xinga a irmã, o tio reclama com o sobrinho, está tudo em casa. Se a família tem o hábito de se sentir à vontade para brincar dessa forma, a liberdade vem também para o palco.
Continua depois da publicidade
É isso que faz esse programa tão especial. Ninguém costuma entrar no palco com um parente do lado. Eles se sentem mais em casa. E, com isso, vêm aí também algumas pérolas em família. Mas vocês vão ter de esperar a estreia para ver. Está muito bacana. Apesar de a gente falar que família é tudo igual, é um programa diferente do outro.
Bate uma ansiedade maior estrear no horário do megassucesso The Voice Kids? É uma demanda dos telespectadores essa programação mais light e divertida em meio a tantos apelos e assuntos mais densos na TV?
É um horário que tem muita disputa, com muitos programas, mas eu nem penso nisso. A gente faz um programa para levar diversão, emoção e entretenimento, pensando no público em casa que vai estar assistindo e mais nada. A ideia é trazer assuntos de toda a família para quem está em casa se identificar, porque os temas são pertinentes a qualquer família brasileira. É o horário em que a família inteira está junta no domingo. E quem está em casa acaba jogando junto. A gente faz nosso trabalho e se diverte muito. Nossos convidados estão felizes de estar ali, e quem está em casa também vai ficar. Isso é o que importa.
Pensa em voltar a atuar?
Não sinto muita falta de atuar. De vez em quando, faço uma participação em alguns filmes e mato a minha saudade. Sempre me diverti muito apresentando e sempre tive fé que poderia dar certo e, agora, com o programa ideal. Estou muito feliz!
Ser pai de quatro filhos transformou de que forma a sua vida e o Marcio apresentador?
Eu costumo dizer que filho é o melhor problema do mundo. Traz amadurecimento e, por mais que a gente discorde, tem que aprender a ver o outro lado. O programa, na quinta temporada, já está mais maduro. A paternidade ou maternidade, para qualquer pessoa, faz com que a gente se coloque numa posição diferente. A gente deixa de ser prioridade nas nossas próprias vidas. Isso eu vejo também como apresentador. O apresentador não pode estar preocupado em aparecer, tem de estar preocupado em ouvir os entrevistados, deixá-los à vontade, em fazer com que as provas passem alguma emoção. Tem aí uma sinergia entre ser pai e tocar um programa como o Tamanho Família: é saber lidar com todas as diferenças, as singularidades de cada um e tentar fazer com que todo mundo se sinta à vontade e se divirta.
Continua depois da publicidade
As pessoas devem te falar que, pela imagem e pela própria inspiração da sua família, não poderia ter outro apresentador para o programa, não?
Falam muito. Estou credenciado para falar de família. Sou pai de quatro filhos, tenho uma família grande. Meus pais, apesar de separados, têm uma grande amizade, a gente passa o Natal juntos: meu pai, esposa e os meus irmãos mais novos, minha mãe e o marido. Minha família sempre teve essa característica de ser aberta e vencer qualquer tipo de restrição. Acho que o programa tem muito a ver comigo. Eu comecei com ele, participei um pouco do processo criativo desde o início.