Um homem de 33 anos que matou a esposa com um tiro por conta de uma discussão banal foi condenado por feminicídio. O crime ocorreu em janeiro do passado em Dona Emma, no Alto Vale, e a sentença foi divulgada em primeira instância nesta semana. À época, o marido deu um tiro em Eunice Bertoldi, de 43 anos, dentro de casa, ligou para o irmão dele, contou sobre o que havia feito e fugiu. Ele foi encontrado por acaso um mês depois em Blumenau, ao tentar escapar de uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal.
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Ao definir a pena na segunda-feira (18), a Justiça de Presidente Getúlio considerou o histórico de violência doméstica e as consequências graves do crime por conta dos dois filhos da vítima. O júri popular reconheceu que o homicídio foi qualificado por feminicídio, motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Por isso, a condenação foi de 24 anos de prisão em regime fechado e o homem também a pagar uma indenização à família de Eunice no valor mínimo de R$ 200 mil. Cabe recurso.
“A decisão tem um efeito muito importante, pois passa à comunidade a mensagem de que crimes contra a mulher em razão de gênero não serão tolerados”, afirma o promotor de Justiça Lucas Carvalho Mattiola.
Relembre o crime
O crime aconteceu entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2024, em Dona Emma. Eunice e o companheiro estavam em uma confraternização com amigos e familiares quando os dois começaram a discutir depois que o filho da vítima disse querer ir embora. Ao chegar em casa, na Rua João Ham, bairro Caminho Nova Esperança, o homem atirou na cabeça da esposa no banheiro e ela morreu na hora. As duas crianças não estavam na residência no momento do crime.
O réu chegou a ligar para o irmão, confessou o assassinato e pediu chamar a polícia, mas já tinha fugido do local quando a Polícia Militar chegou. Um mês depois, ele foi preso em Blumenau por desobedecer a uma ordem de parada, fugir em alta velocidade e provocar acidentes na BR-470 no dia 19 de fevereiro. A Polícia Rodoviária Federal encontrou um revólver e 77 celulares contrabandeados do Paraguai na caminhonete que dirigia, além do próprio veículo ter registro de roubo em São Paulo e circulava clonado.
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Na época em que cometeu o feminicídio, o homem já tinha passagens policiais por ameaça, lesão corporal, desobediência, desacato, resistência e posse de drogas.
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