A necessidade da população de usar máscaras de proteção para evitar o contágio do coronavírus tem sido encarada como uma oportunidade para muitas pessoas em Santa Catarina. Elas confeccionam os itens de segurança, ajudam no combate ao novo vírus e ainda ganham um dinheiro extra para ajudar nas despesas.

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A professora Grazielle Oliveira da Rocha, de 36 anos, trabalha no modelo de admissão em caráter temporário (ACT) em uma escola estadual de São José, na Grande Florianópolis. Elá dá aulas à distância no período da manhã e há três semanas passou a ocupar as tardes na confecção de máscaras.

— Eu costuro por hobby e comecei a fazer máscaras para minha família. A ideia acabou se disseminando, comecei a receber encomendas e hoje tenho costurado uma média de 30 a 50 máscaras por dia — conta.

Grazielle é professora há 17 anos e nos últimos tempos tem pensado em como poderia viver apenas trabalhando com costura. Ela tem máquina em casa e até montou um ateliê em um cômodo. Como não sabe como ficará o contrato ACT com o Estado no futuro, ela encara o trabalho com as máscaras como uma oportunidade.

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— Já era uma ideia de viver da costura, agora com a produção das máscaras estou tendo uma ideia de como poderia ser — explica.

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Produção de máscaras durante as férias

Em Joinville, a confecção das máscaras também passou a ser uma oportunidade de renda extra para Alessandra Jeremias de Oliveira. Ela trabalha na área comercial de uma indústria há sete anos e com a pandemia do coronavírus houve a concessão de férias para parte dos funcionários.

Alessandra decidiu aliar o hobby pela costura com o tempo livre. O resultado foi a confecção de 350 máscaras até a última segunda-feira (20). Começou com máscaras para a família, seguido por pedidos de amigos e até desconhecidos.

— A dificuldade inicial foi do comércio estar fechado e de adquirirmos os materiais para confeccionar as máscaras. Tenho estoque de tecidos, mas elástico chegou a faltar aqui. A reabertura parcial das lojas deu um alivio para dar continuidade as encomendas — recorda.

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Para começar a produzir as máscaras, Alessandra fez uma pesquisa no site do Ministério da Saúde para saber o modelo e o tipo de tecido ideal. Segundo as orientações do órgão federal, para ser eficiente como uma barreira física, a máscara caseira precisa ter pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face.

As máscaras caseiras podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. O mais importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas, cobrindo totalmente a boca e nariz, e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

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Dicas de cuidado com as máscaras:

– A máscara é individual e não pode ser dividida com ninguém, nem com mãe, filho, irmão, marido, esposa etc. Então se a sua família é grande, saiba que cada um tem que ter a sua máscara, ou máscaras;

– A máscara pode ser usada até ficar úmida. Depois desse tempo, é preciso trocar. Então, o ideal é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano;

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– Use a máscara sempre que precisar sair de casa. Saia sempre com pelo menos uma reserva e leve uma sacola para guardar a máscara suja, quando precisar trocar;

– Chegando em casa, lave as máscaras usadas com água sanitária. Deixe de molho por cerca de 30 minutos.

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