O Instituto Médico-Legal do Amazonas informou na noite desta terça-feira que 36 corpos das vítimas do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, foram identificados e 10 estão liberados para retirada pela famílias. Outros três corpos de detentos mortos na segunda-feira na unidade de Puraquequara, de um total de quatro vítimas, também já foram identificados.

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De acordo com os peritos, 30 vítimas do Compaj foram decapitadas. O diretor do Departamento de Polícia Técnico-científica, Jéferson Mendes, a maior dificuldade do trabalho serão as identificações dos detentos que foram carbonizados. Ele não descarta o uso de exames de DNA para a liberação dos corpos. No total, 38 peritos se revezam no trabalho, principalmente, com amostras de digitais e arcadas dentárias das vítimas.

A rebelião que resultou nas mortes foi atribuída a uma ação do grupo Família do Norte (FDN), ligado ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, contra membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), com liderança em São Paulo.

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Nesta terça-feira, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou que o massacre que deixou 56 mortos no Compaj não pode ser explicado simplesmente por uma guerra entre facções criminosas. O ministro, porém, relativizou a guerra entre os grupos como causa do massacre.

— Isso tem uma questão muito mais profunda, que é a entrada de armas nas penitenciárias, em virtude da corrupção, e a possibilidade de presos perigosos ficarem submetendo, independentemente de facções, outros presos — disse o ministro.

— Dos 56 mortos, menos da metade tinha ligação com alguma facção ou organização criminosa — afirmou.

Ele também afirmou que não prevê retaliação do PCC ao massacre causado na madrugada de domingo para segunda-feira. Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” desta terça-feira afirma que detentos ligados ao PCC estão recebendo ameaças de morte.

*Estadão Conteúdo