A frase “Queria matar demais a Laís”, encontrada pela polícia em mensagens enviadas por Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, de 21 anos, virou peça central na investigação sobre o assassinato de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 25 anos, em Sepetiba, no Rio de Janeiro.
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O conteúdo interceptado mostra que a suspeita, que é atual do ex-companheiro de Laís, falou sobre eliminar a vítima mais de um mês antes do crime, reforçando, segundo os investigadores, a tese de premeditação.
A polícia afirma que a conversa entre Gabrielle e o marido, Lucas, ocorreu em 29 de setembro.
Na troca de mensagens, ela escreveu: “Te falar: queria matar demais a Laís. Deus me livre”. Lucas respondeu que aquilo “nem vale a pena”, mas a suspeita encerrou o diálogo com “Vamos ve”.

A vítima foi morta 36 dias depois, em 4 de novembro, enquanto caminhava com o filho caçula em um carrinho de brinquedo pela Travessa Santa Vitória.
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De acordo com a investigação, o tiro na nuca foi disparado sem aviso, em plena rua, enquanto a placa da moto usada no ataque estava coberta. Nada foi levado, o que reforçou a linha de crime encomendado.
Crime premeditado teria sido encomendado
Para a Delegacia de Homicídios da Capital e o Ministério Público, o teor das mensagens confirma o plano antecipado.
A promotora Laíla Antonia Olinda de Magalhães classificou o material como um “indício inequívoco de intenção”.
Segundo ela, “a execução, de forma premeditada (disparos de arma de fogo em plena via pública, sem subtração de bens e com a placa da moto coberta), aponta para um crime de mando. Essa prova documental, aliada ao motivo passional, estabelece Gabrielle como mentora intelectual do assassinato”.
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Os investigadores afirmam que Gabrielle estaria obcecada pela guarda da filha mais velha de Laís, o que teria servido de estopim para o crime.
A polícia também avalia se a jovem fazia parte de um grupo maior, envolvido com estelionatos.
“A gente vai desmembrar essa investigação para investigar uma possível organização criminosa especializada no crime de estelionato”, afirmou o delegado Robinson Gomes, responsável pelo caso.
Gabrielle se apresentou à Delegacia de Homicídios da Capital na tarde de segunda-feira (17) acompanhada do advogado, Diogo Macruz.
Na ocasião, o advogado declarou que pretende provar a inocência da cliente e afirmou que ela não conhece duas pessoas citadas no processo.
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Entenda o caso
Segundo a Polícia Civil, Gabrielle é a principal suspeita de ordenar a morte de Laís, motivada por uma disputa pela guarda da filha da vítima, Alice, de 4 anos. Vale destacar que o atual companheiro da suspeita é pai da criança.
No dia do crime, Laís empurrava o carrinho do filho mais novo, de 1 ano e 8 meses, quando foi executada com um tiro na nuca. O bebê não sofreu ferimentos.
Na sexta-feira (14), a polícia prendeu Ingrid Luiza da Silva Marques, apontada como intermediária entre Gabrielle e os dois executores do crime.
Erick Santos Maria, o condutor da moto, e Davi de Souza Malto, apontado como autor do disparo, confessaram a execução de Laís. Segundo os investigadores, Gabrielle teria oferecido cerca de R$ 20 mil pelo assassinato.
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Além disso, Gabrielle é considerada uma pessoa controladora e possessiva em relação à filha de Laís, segundo a polícia.
Depoimentos de familiares e amigos da vítima indicam que ela exigia ser chamada de “mãe” pela enteada e que tinha comportamento de “obsessão” em relação à criança.
*As informações são do g1.
