O voo de um helicóptero foi motivo de preocupação e transtornos no bairro Guanabara, em Joinville, na última terça-feira (23). Vídeos gravados por moradores da região mostram a aeronave em um voo rasante, ou seja, próximo ao solo e casas, para fazer pousos e decolagens seguidas, no estacionamento de um supermercado. O caso resultou em uma denúncia na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Após a repercussão, o estabelecimento pediu desculpas pelo ocorrido.
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Nas imagens gravadas por moradores da região, por volta das 14h30 de terça, é possível observar os momentos em que o helicóptero se aproxima das casas. Após passar por cima das residências, provocando ventos fortes e ruídos, a aeronave pousou no estacionamento do Mercado Albino, na Rua Valença.
Ao NSC Total, uma das moradoras de um condomínio, localizado aos fundos do estabelecimento, onde há um pátio destinado a carga e descarga de caminhões, relatou os transtornos causados e a preocupação pela proximidade do helicóptero às residências.
Segundo a mulher, que optou por não se identificar, os ventos fizeram portas e janelas baterem, objetos foram derrubados e crianças e animais ficaram assustados com a situação. Além disso, a aeronave subiu ao céu mais de uma vez, com manobras próximas às construções, como é possível ver nas imagens registradas.
— Foi totalmente desnecessário e perigoso (…). Na hora do pouso eles chegam extremamente perto do telhado, da cerca elétrica — afirma.
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Ainda conforme o relato, os pousos e decolagens no estacionamento teriam acontecido ao menos três vezes durante a tarde. O NSC Total apurou que, durante os pousos no local, onde não há heliponto, os passageiros trocavam de lugar, um por vez, para participar do sobrevoo.
Veja o vídeo
Moradores se mobilizaram para entender a situação
Em contato com o mercado, os moradores receberam a resposta que o pouso teria autorização para acontecer no local e que o piloto seria contratado e credenciado. Ainda, informaram, a partir das reclamações, que iriam checar os limites e verificar se haveria frequência ou não. Mesmo assim, alguns dos moradores registraram uma denúncia na Anac em relação ao caso.
— Não quer dizer que a gente está alegando que está errado, pra mim tá errado, porque colocou a minha casa em risco, mas a gente já denunciou, a gente já fez esses trâmites e quem vai dizer se tá legal ou não, é o governo, é Anac — afirma uma das moradoras do condomínio.
Estabelecimento pediu desculpa pelo transtorno
Antes de qualquer resposta da Anac, o Mercado Albino providenciou uma reunião com o síndico do condomínio na quarta-feira (24), um dia após o ocorrido. Durante a conversa, o representante do estabelecimento pediu desculpa e esclareceu que o caso teria sido um fato isolado. Ainda, garantiu que não voltará a acontecer pouso ou sobrevoo no mercado e reforçou “a consideração e estima que têm por todos os moradores”.
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O NSC Total tentou entrar em contato com o Mercado Albino, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
O que diz a regulamentação
A reportagem entrou em contato com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), vinculado ao Comando da Aeronáutica (Comaer), responsável pelo controle do tráfego aéreo em território brasileiro. Em nota, a Força Área Brasileira (FAB), informou que Joinville possui, além do Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola (SBJV), cinco helipontos cadastrados para operações aéreas. Sobre voos de helicópteros em áreas urbanas, as regras podem ser consultadas no site.
Ainda afirmou que, conforme previsto no Regulamento Brasileiro da Aviação Civil nº 91 (RBAC 91), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), os helicópteros possuem maior flexibilidade operacional e podem realizar pousos e decolagens em locais não cadastrados. Nesses casos, a responsabilidade do voo recai sobre o operador da aeronave, que deve garantir que suas ações não coloquem em risco pessoas, propriedades ou a segurança das operações aéreas.
*Sob supervisão de Leandro Ferreira
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