Duas mortes foram confirmadas, e outros 10 casos seguem sob investigação, após registros de intoxicação por metanol em cidades de São Paulo. Neste sábado (27), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu numa recomendação urgente aos estabelecimentos do estado após os casos. Segundo autoridades, o metanol é uma substância altamente tóxica e apresenta risco à saúde pública.

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A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), recebeu notificação de nove casos de intoxicação por metanol em um período de 25 dias.

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“O número de casos registrado, inicialmente, pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), de Campinas (SP), e encaminhado ao Comitê Técnico do SAR é considerado fora do padrão para o curto período de tempo e também por desviar dos casos até hoje notificados de intoxicação por metanol”, alertou o MJSP.

Ainda segundo o MJSP, os casos de intoxicação por metanol relatados nos últimos dois anos envolvem abuso de substâncias, frequentemente associado à população de rua. No entanto, os casos registrados nas últimas semanas indicam que a contaminação se deu em cenas sociais de consumo alcóolico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, whisky, vodka, entre outros.

“São registros inéditos no referido centro toxicológico. É possível haver outros casos não notificados, uma vez que nem todos os casos de intoxicação chegam aos órgãos de vigilância e controle”, disse o órgão.

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Duas mortes e casos sob investigação

De acordo com o g1, as duas vítimas morreram na capital paulista e em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo confirmou que ainda há 10 casos sob investigação na capital.

Em nota enviada ao g1, a Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista informou que a vítima em São Paulo é um homem de 54 anos, morador da Zona Leste. Ele apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu no dia 15.

Orientações

Os casos seguem sob investigação das autoridades policiais e de saúde. Em nota, o secretário nacional do Consumidor, Paulo Henrique Pereira, reforçou a importância da atuação conjunta entre governo, setor privado e sociedade para coibir práticas criminosas de falsificação e proteger consumidores. A recomendação se estende a bares, restaurantes, casas noturnas, aplicativos de entrega, entre outros.

Entre as orientações estão a compra segura, a conferência de produtos e o fortalecimento da rastreabilidade dos produtos. O documento também destaca que alguns pontos devem ser tratados como suspeita de adulteração: preços anormalmente baixos, lacres tortos, erros grosseiros de impressão, odor semelhante a solventes, além de relatos de consumidores com sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea ou rebaixamento da consciência.

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“Nesses casos, os estabelecimentos devem interromper imediatamente a venda do lote; isolar fisicamente os produtos; preservar garrafas, caixas, rolhas e rótulos como evidência; e manter ao menos uma amostra íntegra por lote para possível perícia”, informou o órgão.

O que é o metanol

Segundo o g1, o metanol (CH₃OH) é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. O produto é um tipo de álcool simples, incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum.

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