O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu ter tentado romper a tornozeleira eletrônica que usava desde julho como medida cautelar em uma investigação de tentativa de coação no processo da trama golpista. Bolsonaro não se tornou réu nesta ação, mas foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na investigação que apurou a tentativa de golpe após as eleições de 2022.

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O vídeo em que Bolsonaro admite ter tentado romper o equipamento foi divulgado na tarde deste sábado (21), dia da prisão preventiva do ex-presidente. Nas imagens, uma agente questiona Bolsonaro sobre os danos visíveis no “case” da tornozeleira, peça central responsável por enviar as informações à central de monitoramento.

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Ao manusear a tornozeleira, ela questiona Bolsonaro se ele usou algo para queimar o dispositivo, ao que Bolsonaro responde:

— Eu meti ferro quente aí. Curiosidade.

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Em dúvida, a agente pergunta se foi usado ferro de passar, mas o ex-presidente explica.

— Não, ferro de soldar, de solta — detalha Bolsonaro, que na gravação aparece com a voz abafada.
O rosto do ex-presidente não aparece nas imagens, apenas o equipamento de monitoramento.
A agente questiona se Bolsonaro tentou romper também a pulseira, mas Bolsonaro nega:

— Não, não, isso não. Não rompi a pulseira, não.

Após relatar que a pulseira parecia intacta, mas o “case” estava violado, a servidora questiona quando Jair Bolsonaro começou a tentar violar o equipamento.

— No final da tarde — respondeu o presidente.

Equipamento foi substituído

Segundo informações da Polícia Federal, o alarme da tornozeleira disparou à 0h07min deste sábado. Após a equipe que faz a segurança do ex-presidente ser acionada, a violação foi confirmada e o equipamento foi trocado à 1h09min.

Inicialmente, Bolsonaro teria informado que bateu o equipamento em uma escada. Um relatório deve apontar com mais detalhes os danos causados à tornozeleira.

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No entanto, a tentativa do ex-presidente de tentar romper a tornozeleira já serviu para justificar o pedido de prisão preventiva autorizado contra o ex-presidente, que agora ficará detido em uma sala da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A investigação também apura qual o objetivo do ex-presidente com a tentativa de violação do equipamento.

* Com informações do portal g1