O governo Milei vai permitir que cidadãos argentinos usem dólares guardados “debaixo do colchão” sem precisar declarar a origem do dinheiro, em medida anunciada nesta quinta-feira (22). O ministro da Economia, Luis Caputo, já chegou a afirmar que a população tem entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões guardados. O valor fica entre 33% e 66% do Produto Interno Bruto (PIB) argentino, de US$ 600 bilhões. As informações são do g1.
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A medida faz parte de um decreto que será assinado e enviado ao Congresso pelo presidente Javier Milei, com o objetivo de flexibilizar regras tributárias, reduzindo controles e regulamentações sobre a poupança. A medida é chamada de “Plano para a reparação histórica da poupança dos argentinos”.
O ministro da Economia disse que os cidadãos poderão usar o dinheiro para comprar itens como eletrodomésticos, mas também coisas de maior valor, como carros, casas, terrenos, entre outros bens. Com a medida, os argentinos vão poder fazer uso das quantias sem que “ninguém peça explicações”.
Se funcionar, Caputo disse que a medida pode “ajudar a sustentar o crescimento econômico”, devolvendo às empresas privadas entre US$ 420 bilhões (cerca de R$ 2,4 trilhões) e US$ 550 bilhões (R$ 3,1 trilhões) em cortes de impostos.
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Milei chegou a elogiar sonegadores de impostos em uma entrevista no início da semana, dizendo que quem cumpriu todas as regras “talvez não teve o talento ou a coragem para sair do sistema”.
— Se todos tivessem conseguido fazer o mesmo, talvez os políticos tivessem parado de nos roubar […] A verdade é que as características do imposto inflacionário na Argentina têm sido devastadoras e, como consequência disso, os argentinos, mesmo com dinheiro declarado, o passam para o setor informal para poder escapar das garras do Estado — disse.
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