Uma temporada – e dezenas, talvez uma centena de shows – depois, Milton Nascimento volta a Porto Alegre para apresentar novamente o concerto da turnê que passa em retrospectiva os 50 anos de sua carreira. Além de subir ao palco do Teatro do Bourbon Country neste sábado, às 21h, o músico é o convidado do Concerto de Natal, domingo, às 20h, no Parcão.
Continua depois da publicidade
Haverá surpresas no repertório, antecipa o músico, em entrevista concedida a ZH (leia abaixo). O setlist não deve ser o mesmo daquele apresentado nos shows desta turnê realizados em Porto Alegre e Novo Hamburgo em março passado. Isso porque, de lá para cá, embora mantendo a base do DVD Uma Travessia (com 23 faixas, entre elas Raça, Trem Azul, Canção da América e Para Lennon e McCartney), as canções executadas têm variado. O que se sabe é que não faltarão hits.
Milton diz já ter um disco de inéditas “praticamente pronto”, com a maioria das músicas feitas em parceria com o gaúcho Ricardo Vogt, guitarrista da banda da cantora Esperanza Spalding. Mas, mineiro que é (de adoção, pois nasceu no Rio), ele diz não estar com pressa para mostrar o trabalho ao público.
– Quero fazer as coisas naturalmente – afirma, indicando que a surpresa, para os fãs que forem vê-lo nesta noite, no Bourbon, talvez venha das composições mais antigas. Até a manhã de sexta-feira, ainda havia ingressos para todos os setores do show, exceto os de galeria. Já o concerto de Natal, domingo, tem entrada franca. E repertório bem definido: acompanhando a Orquestra Filarmônica da PUCRS, sob a regência do maestro Marcio Buzzato, Milton vai cantar Caçador de Mim, Coração de Estudante, Encontros e Despedidas, Maria Solidária, Um Gosto de Sol e Maria, Maria – todas executadas a partir de arranjos de Wilson Coelho.
Entrevista: Milton Nascimento – “É uma das turnês a vida”
Continua depois da publicidade
Zero Hora – Nos shows da turnê Uma Travessia, o repertório nem sempre foi o mesmo, até porque, com tantas possibilidades, já que cobre 50 anos de carreira, deve ser difícil escolher certas músicas em detrimento de outras. Os gaúchos podem esperar algo parecido com os shows de março, ou nem tanto?
Milton Nascimento – As pessoas vão a shows de retrospectiva para reviver antigos sucessos. Então, se você deixar de fora muitos hits, vai passar o concerto ouvindo o público gritar nomes de músicas. Prefiro encurtar essa parte e tocar aquilo que a plateia deseja. Mas é claro que sempre há mudanças de um show para o outro e, principalmente, surpresas. Ainda mais em Porto Alegre, que é uma das praças mais exigentes.
ZH – Há chance de ouvirmos algo inédito? Você tem trabalhado em novas canções ou, por conta dos propósitos deste projeto de retrospectiva, tem se dedicado apenas às canções já bem conhecidas do público?
Milton – Minha banda e eu nunca paramos de criar. Não importa se estamos em show ou ensaio, nossa afinidade – e a abertura entre a gente – é tão grande que toda hora alguém inventa uma coisa nova. Já tenho um disco de inéditas praticamente pronto. Inclusive com todas as vozes já gravadas. Em sua maioria, as músicas são parcerias minhas com o Ricardo Vogt, que também participa de algumas faixas. Mas não estou com pressa. Ainda quero rodar mais um pouco com esta turnê. Quero fazer as coisas naturalmente.
Continua depois da publicidade
ZH – Quando anunciou o projeto Uma Travessia, você disse em entrevista coletiva que tinha “certeza de que seria uma das melhores turnês da sua vida”. Agora que ela já passou por tantos lugares, que avaliação faz?
Milton – Exatamente isso: está sendo uma das melhores turnês da minha vida! Rodamos por mais de 60 cidades no Brasil, fomos duas vezes para a Europa, participei do International Jazz Day na Turquia, gravei com muitos amigos… Enfim, foi uma experiência tão feliz que acho que vou seguir mais um tempo com esta turnê. Mas é claro que as coisas sempre podem mudar.
ZH – Os 50 anos de carreira constituem um momento propício para olhar para trás, em perspectiva, e pensar o futuro. Que tipo de avaliação esse olhar te trouxe?
Milton – Tenho tido a sorte de viver coisas tão boas que eu gostaria de ter mais 50 anos de carreira. É um privilégio enorme a quantidade de amigos que aparecem, a recepção das pessoas nas cidades, os shows. Viver tudo isso é uma alegria gigante. Tenho somente a agradecer por ainda estar na estrada recebendo tanto carinho.
Continua depois da publicidade
MILTON NASCIMENTO – UMA TRAVESSIA
Sábado, às 21h. Classificação etária: 14 anos.
No Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80 – 2º andar).
Ingressos: R$ 170 (mezanino), R$ 200 (plateia alta), R$ 240 (plateia baixa), R$ 240 (camarote) – os bilhetes de galeria (R$ 140) estão esgotados. Descontos de 10% para titulares dos cartões do Clube do Assinante ZH e do Zaffari e Bourbon Card. Ponto de venda: em Porto Alegre, na bilheteria do teatro, pelo site ingressorapido.com.br ou pelo call center 4003-1212.
Preste atenção: Além do show deste sábado, Milton Nascimento é o convidado do Concerto de Natal do Parcão, que tem início marcado para as 20h de amanhã. A entrada do concerto é franca.
:: Confira mais dicas para o fim de semana: