As tarifas de 50% impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem resultar em uma redução no preço de alguns alimentos de forma momentânea. Os impactos foram previstos pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, nesta terça-feira (22).

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A mudança no mercado interno, que pode ser positiva para o consumidor por conta da menor inflação, pode desestimular os produtores. De acordo com o ministro, o desafio agora por parte do governo é garantir um preço adequado de alimentos ao consumidor e também ao produtor.

Tarifaço de Trump

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o aumento das tarifas sobre produtos brasileiros no início de julho. A mudança vale a partir de 1º de agosto.

Trump tem associado a medida a supostas desvantagens comerciais na relação entre os dois países. Na carta publicada anunciando a medida, ele também cita as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a forma como elas têm sido conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Impacto da diminuição de exportações

O ministro também explicou que a diminuição das exportações de produtos como laranja, café, carnes e frutas poderia resultar em um escoamento deles para o mercado interno. Isso pode resultar em benefícios para o consumidor brasileiro, mas o ideal seria que os preços caíssem por outros fatores, como uma maior competitividade da produção brasileira.

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— As tarifas podem, sim, ter alguma influência momentânea [baixando a inflação dos alimentos], mas o que queremos é a redução dos preços por competitividade. Ou seja, pela capacidade de mais produção numa mesma área; por um financiamento com juros mais baixos. Esse é o ganho que queremos alcançar — disse o ministro.

— Mas veja bem: assim como a gente quer proteger o consumidor nessa tarefa, temos de proteger o produtor. Caso contrário desestimularíamos a produção. Nesse caso, precisamos ter equilíbrio — acrescentou.

A estratégia do governo é a de, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e de algumas pastas, buscar alternativas de mercado, para ajudar os produtores.

O ministro também destacou a boa relação entre Brasil e Estados Unidos e afirmou que esse relacionamento sempre foi favorável aos norte-americanos. Ainda, desmentiu as alegações de Trump, de que o país estaria sendo prejudicado comercialmente.

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— O que o presidente Trump está fazendo não tem nada a ver com medida econômica ou comercial. Na verdade, são ataques especulativos fora do contexto. Por isso acho que tem que ter uma investigação internacional, e que os países atacados devem se proteger nessa direção, claro, mantendo a diplomacia e o diálogo — disse o ministro.

*Com informações de Agência Brasil

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