Um famoso ditado diz que a saúde começa pela boca. O que pouca gente sabe é que ela também passa pelas unhas dos pés e das mãos. Mais do que um símbolo de beleza, unhas bem cuidadas são o cartão de visitas de qualquer pessoa. Para desempenhar funções tão importantes, além dos zelos estéticos, é preciso ficar atento para mantê-las saudáveis. Um ferimento mal tratado pode ser a porta de entrada para fungos, bactérias e até vírus. Mas com um pouco de atenção não é difícil preservar a saúde das mãos e das unhas.
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Para Gilvan Alves, que preside a unidade regional no DF da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o cuidado com as unhas deve ser o mesmo dispensado ao restante do corpo.
– Muita gente acha que as unhas não têm vida e que não servem para nada, mas elas são a extensão dos nossos dedos e são muito úteis – conta o médico.
Ele explica ainda que a posição onde elas se encontram em nosso corpo as deixa mais vulneráveis que outras partes.
– As unhas sempre vêm à frente. Quando batemos o pé em algum lugar, por exemplo, são elas que primeiro sofrem o choque – explica.
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Ele conta que muitos mitos envolvem essas extremidades dos dedos.
– É comum ouvir relatos de que o esmalte atua como protetor, ou de que aquela massinha que cresce debaixo da unha é sujeira – conta o dermatologista. – O esmalte agride a unha; é um produto químico que atua sobre ela e a desgasta. E a massinha que muitas mulheres mandam a manicure extrair é aquilo que a mantém presa ao dedo. Retirando-a deixamos ela totalmente desprotegida – alerta Gilvan.
Os mitos
Quem pensa que para elas crescerem fortes e saudáveis é importante ingerir leite e outras fontes de cálcio está enganado.
– As unhas não são ossos, nem são feitas de cálcio. A unha é feita basicamente de proteínas – afirma o médico. – Assim, quem quer promover o seu crescimento deve comer carne e outros alimentos proteicos, além de fontes de vitaminas do complexo B e as hortaliças verdes – completa.
Desse modo, quem quer mantê-las resistentes deve apelar mesmo é para o arroz, os cereais. O excesso de esmalte pode ser a causa do enfraquecimento das unhas, que ficam rugosas e apresentam estrias verticais em sua superfície. Os especialistas afirmam que, para evitar esse tipo de problema, é importante deixá-las ao natural pelo menos uma semana por mês. Sete dias longe do esmalte, acetona, alicate e lixa facilitam a sua recuperação, devolvem o brilho e impedem que elas se quebrem com facilidade.
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A vendedora Núbia Pereira, 27 anos, que afirma fazer as unhas toda semana, toma mais cuidado com as suas do que a maioria das pessoas.
– Eu uso hidratante sempre, não corto muito curto e mantenho elas sempre secas . Para não deixar que elas fiquem encravadas, as deixo sempre retas”, conta. – As pessoas não dão o devido valor às próprias unhas, por isso têm tantos problemas. Eu cuido das minhas e elas estão sempre saudáveis – afirma.
Núbia tem uma boa estratégia para evitar contaminações nos salões de beleza.
– Eu tenho um kit com alicate, espátula e lixa que levo sempre comigo. Acho mais higiênico usar uma coisa que é só minha – diz.
Sua atitude está mais do que correta segundo a diretora da Vigilância Sanitária do DF, Maria das Graças Ferreira.
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– Um objeto mal esterilizado pode ser fonte de contaminação. Assim, além do alicate, é bom que cada um tenha todos os utensílios individuais, como toalhas e lixas – orienta a diretora.
Os perigos do inverno
O inverno é o período do ano mais propício ao surgimento de problemas nas unhas. As baixas temperaturas provocam ressecamento e os fungos atacam com mais frequência.
– Nessa época as pessoas usam calçados fechados e isto facilita a proliferação de fungos – explica a podóloga coordenadora da clínica Bio Pé, Maria Marli Martins de Souza. – Muitas vezes as pessoas usam um mesmo sapato por vários dias seguidos; ou calçam aquela bota que ficou guardada no armário durante o ano todo sem higienizá-la antes. Isso é o primeiro passo para adquirir algum problema – afirma.
Ela conta que antes de utilizar algum calçado, as pessoas precisam higienizá-lo com álcool 70% e, de preferência, deixá-lo no sol por um ou dois dias.
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– Além disso, só deveriam calçar meias feitas de algodão, que absorvem o suor do pé, e trocá-las a cada seis horas. Outro ponto importante é não utilizar um par de sapatos por mais de um dia seguido, sempre que possível alternando com sandálias e outros calçados aberto – explica a podóloga.
Se qualquer problema surgir, é importante recorrer ao profissional certo. Segundo o dermatologista Gilvan Alves, o médico deve sempre ser consultado.
– Porque assim ele poderá dizer se o caso é apenas uma pequena lesão, um fungo, bactéria ou vírus, ou um problema mais sério como câncer, que também pode atingir a superfície das unhas – aconselha.
Descoberto o problema, o profissional de saúde pode encaminhar o paciente para outro médico ou para uma podóloga, que efetuará o tratamento de unhas encravadas ou contaminações. As manicures devem atender unicamente tratamentos de higienização e estéticos.
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– As pessoas nunca devem fazer qualquer tratamento invasivo, ou seja, que perfure a superfície da pele, em salões de beleza, já que estarão expostas à contaminação de doenças – alerta Maria das Graças, da Vigilância Sanitária.
Serviço
Caso algum cliente encontre alguma irregularidade, como produtos sem rótulo ou locais sem a devida higiene, deve entrar em contato com a Inspetoria Sanitária da sua cidade.