O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão do antigo Twitter, o X, no Brasil dentro do prazo de 24 horas a partir desta sexta-feira (30). A determinação ocorre por descumprimento de uma decisão judicial que pedia a nomeação de um representante legal da plataforma no país. Na noite de quinta-feira (28), encerrou o o prazo dado à plataforma para atender à determinação.

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Com o fim do prazo, Moraes determinou o bloqueio e notificou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) cortar a rede em todo o território nacional dentro do prazo de 24 horas. A notificação deve ser repassada às mais de 20 mil prestadoras de internet no país pela Anatel para iniciarem o processo de suspensão. A retirada não necessariamente é imediata, já que depende de questões técnicas.

As lojas de aplicativo da Apple e do Google terão 5 dias para retirar o aplicativo do X. Ainda, pessoas ou empresas que tentarem usar subterfúgios como VPNs para acessar o X poderão ser multadas em R$ 50 mil por dia.

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A rede social se pronunciou sobre a decisão de Moraes na noite de quinta, afirmando que não cumprirá “ordens ilegais em segredo”. Também informou que publicará documentos relacionados a decisões de Moraes “para fins de transparência”.

O Twitter ganhou popularidade no Brasil por volta de 2008, quando a rede social começou a se expandir globalmente e atrair usuários brasileiros. A mudança de nome para X ocorreu em julho de 2023, após a aquisição do Twitter por Elon Musk.

Na época, o bilionário decidiu rebrandear a plataforma, substituindo o icônico passarinho azul pela letra X e pela cor preta. Desde então, a rede social vem sendo alvo constante de críticas de usuários por problemas de usabilidade e pela presença de conteúdo extremista. Em 2024, a Forbes estima que o valor da empresa corresponde a 70% menos do que foi pago por Musk em 2022.

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Impasse judicial

impasse judicial de Elon Musk e Alexandre de Moraes começou com a determinação, pelo STF, de suspender perfis considerados associados a milícias digitais contra o Estado Democrático de Direito. O bilionário ameaçou descumprir a determinação sob a alegação de censura.

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Em 7 de maio de 2024, Moraes rebateu a acusação ao determinar a inclusão de Elon Musk no inquérito das milícias digitais por obstrução de justiça, abuso de poder econômico e incitação ao crime. A decisão veio atrelada a uma multa de R$ 100 mil para cada perfil derrubado que fosse reativado pelo X.

No dia 17 de agosto de 2024, o perfil Global Government Affairs (@GlobalAffairs) do X publicou na rede social informando o encerramento das atividades no Brasil. Conforme o texto, a decisão de retirar os escritórios do X do país foi atribuída a uma — suposta — ameaça de Moraes ao representante legal da empresa no Brasil. A responsável em questão é Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição.

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Com a falta de representante legal no país, algo que infringe a legislação brasileira, o mandado de intimação, que seria apresentado a Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, foi publicado no X em resposta à publicação do perfil Global Government Affairs (@GlobalAffairs).

Com a determinação da suspensão da plataforma no Brasil, ainda não há expectativa para que o X deixe de se tornar acessível aos brasileiros, já que isso depende das operadoras de internet. As maiores do Brasil (Claro, Oi e Vivo) representam mais de 40% do mercado. A Starlink, do próprio Elon Musk, tem 0,4% do total de acessos de banda larga no Brasil.

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