Morreu, no último domingo (13), aos 89 anos, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel da Literatura em 2010. A morte foi anunciada pelo filho, Álvaro, nas redes sociais. A causa da não foi divulgada.

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“É com profundo pesar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu hoje em Lima, cercado pacificamente por sua família (…) Sua partida entristece seus parentes, amigos e seus leitores ao redor do mundo, mas nos consola saber que ele teve uma vida longa, múltipla e frutífera, e deixa atrás de si uma obra que o sobreviverá”, escreveu na publicação.

O funeral do escritor será reservado à família e ele será cremado, conforme sua vontade. “No momento da despedida final, nossos pensamentos estarão com todos que o leram e o admiraram”, diz o texto.

Quem foi Mario Vargas Llosa

Mario Vargas Llosa foi um dos protagonistas do boom latino-americano nas décadas de 1960 e 1970, ao lado do colombiano Gabriel García Márquez, o argentino Julio Cortázar e o mexicano Carlos Fuentes. Sua carreira decolou em 1959 com Os Chefes, seguido por obras como A Cidade e os Cachorros (1963), A Casa Verde (1966) e Conversa no Catedral (1969).

Traduzido para 30 idiomas, recebeu o Nobel de Literatura em 2010 por sua “cartografia das estruturas de poder”, justificou a real Academia sueca.

— Acredito estar recebendo este prêmio por minha obra mais do que por minhas opiniões políticas. Mas se minhas opiniões em defesa da liberdade foram levadas em conta, isso me alegra muito — declarou, na ocasião.

Ao longo da carreira, Vargas Llosa também venceu o Prêmio Cervantes e o Príncipe de Astúrias, tornando-se o primeiro autor em espanhol eleito para a Academia Francesa, em 2021. O escritor também era membro da Real Academia Espanhola, assim como da peruana e sócio-correspondente da Academia Brasileira de Letras (ABL).

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Admirado por sua descrição das realidades sociais em obras-primas da literatura, no plano político seus posicionamentos liberais provocaram hostilidade em um meio intelectual que geralmente tende à esquerda.

Na política, iniciou como simpatizante da Revolução Cubana, mas rompeu com Fidel Castro em 1971. Foi candidato à presidência do Peru em 1990, mas perdeu para Alberto Fujimori. Crítico ferrenho do populismo, defendia posições liberais em um meio intelectual majoritariamente de esquerda.

Nos últimos anos, atacava o populismo, “a doença da democracia”, que inclui o chavismo e o castrismo, a extrema direita e a esquerda radical europeia e o nacionalismo independente.

*Com informações do g1.

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