O câncer de próstata, tipo mais comum de câncer em homens no Brasil, fez 624 vítimas fatais em Santa Catarina em 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em toda a região Sul foram 3.007 mortes pela doença no período, a terceira região do país com maior número de registros.

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No Paraná, foram 1.130 mortes no ano passado, e 1.253 no Rio Grande do Sul. Os números mostram uma estabilidade na doença nos três estados, já que em 2023 foram registradas 606 mortes por câncer de próstata em Santa Catarina, 1.140 no Paraná e 1.238 no Rio Grande do Sul.

Santa Catarina se destaca por ter um número de mortes que corresponde a cerca de metade das registradas nos outros dois estados do Sul no mesmo período em decorrência da doença. O Estado ocupa a 9ª colocação entre os com mais mortes por câncer de próstata, enquanto o Rio Grande do Sul ocupa o 4º lugar e o Paraná a 6ª colocação.

Veja os estados com mais mortes

  1. São Paulo – 3.499 mortes
  2. Minas Gerais – 1.828 mortes
  3. Rio de Janeiro – 1.701 mortes
  4. Bahia – 1.561 mortes
  5. Rio Grande do Sul – 1.253 mortes
  6. Paraná – 1.130 mortes
  7. Pernambuco – 880 mortes
  8. Ceará – 685 mortes
  9. Santa Catarina – 624 mortes
  10. Goiás – 576 mortes
  11. Pará – 453 mortes
  12. Maranhão – 401 mortes
  13. Paraíba – 362 mortes
  14. Espírito Santo – 338 mortes
  15. Rio Grande do Norte – 298 mortes
  16. Piauí – 285 mortes
  17. Mato Grosso do Sul – 254 mortes
  18. Mato Grosso – 261 mortes
  19. Distrito Federal – 200 mortes
  20. Alagoas – 212 mortes
  21. Amazonas – 198 mortes
  22. Sergipe – 197 mortes
  23. Tocantins – 143 mortes
  24. Rondônia – 120 mortes
  25. Acre – 62 mortes
  26. Amapá – 38 mortes
  27. Roraima – 28 mortes

A região Sudeste concentrou o maior número de mortes em 2024, com 7.366 óbitos ao todo, seguida do Nordeste, com 4.881 mortes e do Sul, com 3.007 mortes. Depois aparecem o Centro-Oeste, com 1.291, e o Norte, com 1.042.

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Levando em conta os dados nacionais do Ministério da Saúde, cerca de 75% dos casos da doença ocorrem em idosos com mais de 65 anos. Contudo, há um aumento progressivo da incidência nos mais jovens, o que preocupa especialistas. A estimativa do Ministério da Saúde é que o número de novos casos para o triênio 2023-2025 alcance 215 mil, o que equivale a 71,3 mil diagnósticos por ano.  

Em Santa Catarina, a maior parte das mortes por câncer de próstata em 2025 ocorreram em pacientes com mais de 80 anos (239), seguida de pacientes entre 70 e 79 anos (182) e 60 a 69 anos (85). Os dados são da ferramenta Tawbin, do DataSUS, entre janeiro e o início de novembro. No ano passado, a faixa etária que predominou entre as mortes no Estado foi de 70 a 79 anos (251), seguida de 80+ (246) e 60 a 69 anos (103).

Veja as mortes por câncer de próstata por faixa etária em SC

Resistência persiste devido a tabus

Muitas vezes, o diagnóstico do câncer de próstata ainda atrasa por conta de tabus. Mesmo com o avanço de campanhas, como o Novembro Azul, que conscientizam sobre os casos da doença e a importância da prevenção e tratamento, muitos homens resistem em procurar um médico.

— Infelizmente, ainda existe um tabu muito forte. Muitos homens deixam de realizar exames simples e essenciais para detectar a doença, o que faz com que o diagnóstico aconteça em estágios mais avançados quando o tratamento é mais complexo e invasivo — destaca o oncologista Michel Fabiano Alves, membro da Organização Nacional de Acreditação (ONA). 

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Segundo o especialista, a detecção precoce da doença aumenta em até 95% as chances de cura. Os primeiros passos são a realização de exame de sangue a partir dos 45 a 50 anos e consulta regular com urologista, mesmo entre os homens que não possuem sintomas.

— Entre os sinais de alerta estão a dificuldade para urinar, jato fraco ou a necessidade de urinar várias vezes à noite. Caso surjam sintomas como sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica, nas costas ou nos quadris, perda de peso, cansaço excessivo e fraqueza nas pernas, é essencial procurar atendimento médico imediatamente — orienta.

Se houver alterações, são precisos exames complementares, como a biópsia guiada por ultrassom ou ressonância magnética, para ajudar a confirmar o diagnóstico. O tratamento ocorre de acordo com o estágio em que a doença é identificada.

— Quando o câncer é descoberto na fase inicial, a cirurgia ou a radioterapia isolada costumam ser suficientes. À medida que a doença é diagnosticada mais avançada torna-se necessário associar outras ferramentas terapêuticas que causam mais toxicidades, como hormonioterapia, quimioterapia. Quanto mais avançado, mais difícil é o tratamento e menores são as chances de cura da doença.  É preciso analisar caso a caso com uma equipe multidisciplinar para definir o tratamento mais adequado a cada paciente — afirma o médico.

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Ações da SES/SC

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC) desenvolve uma série de ações de conscientização, promoção e prevenção de doenças relacionadas à Saúde do Homem durante o mês de novembro. Um encontro sobre o Cuidado Integral à Saúde do Homem e do Adolescente foi realizado nesta quinta (13) de forma on-line.

Ainda, hospitais vinculados à Secretaria de Estado da Saúde (SES/SC) participam de ações que fazem parte do 40º Congresso Brasileiro de Urologia (CBU), realizado em Florianópolis entre os dias 10 e 14 de novembro.

— O mês de novembro é dedicado para fortalecermos as ações e conscientizar os homens para que cuidem de sua saúde e realizem exames periódicos. O câncer de próstata é o mais incidente na população masculina do país, mas se for diagnosticado precocemente, as chances de cura são muito maiores. Por isso, orientamos os homens a procurarem o atendimento correto — destaca o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva.