Movimento quer reconectar 1 milhão de ítalo-descendentes à Itália até 2030

No fim do século XIX, mais de 1,5 milhão de italianos cruzaram o Atlântico rumo ao Brasil. Vieram em busca de oportunidades e, sem saber, ajudaram a moldar a identidade de um país inteiro. Dos portos de Laguna, Desterro e Itajaí chegaram um grande contingente de imigrantes italianos, que foram protagonistas da economia e deixaram marcas profundas na cultura, na gastronomia, na língua e nos valores não só do povo catarinense, mas também do brasileiro em geral.

Mais de um século depois, o movimento se inverte e ganha um novo significado. Se antes os italianos vieram reconstruir suas vidas no Brasil, agora são seus descendentes que voltam à Itália para ajudar a revitalizar vilarejos, reaquecer economias locais e reacender tradições que pareciam adormecidas.

Essa é a proposta do Ritorno 2030, iniciativa inédita criada pela Cidadania4U, maior assessoria de cidadania europeia da América Latina, juntamente com a Cooperativa Regeneration e dezenas de instituições italianas da região do Molise. O projeto busca reconectar 1 milhão de ítalo-descendentes à Itália até o fim da década, promovendo um novo ciclo de pertencimento, intercâmbio e desenvolvimento.

— Esse projeto é uma ponte entre comunidades, culturas e territórios. É a prova de que a colaboração entre quem vive na Itália e quem a carrega no coração pode gerar valor concreto, duradouro e compartilhado — afirma Rafael Gianesini, CEO e cofundador da Cidadania4U.

Parceria inédita entre Brasil e Itália

Com sede em Campobasso, a Cooperativa Regeneration representa dezenas de municípios do Molise, uma das regiões mais tradicionais e autênticas da Itália. A cooperativa lidera, junto a instituições locais, projetos de integração de descendentes de italianos, turismo de retorno e revitalização econômica.

Agora, com o Ritorno 2030, o foco se expande: atrair novos moradores, estudantes, investidores e famílias ítalo-descendentes dispostas a reviver a vida nas Comunes italianas — promovendo um ciclo virtuoso de pertencimento e desenvolvimento.

— Os ítalo-descendentes nunca foram um problema para a Itália; ao contrário, são um recurso indispensável para o futuro da nossa cultura — destaca Alessio Presutti, vice-presidente da Cooperativa Regeneration.

A experiência da cidadania italiana na Itália

Se no passado os imigrantes italianos ajudaram a erguer o Brasil, agora o movimento se inverte: os ítalo-brasileiros retornam com conhecimento, capital e vontade de investir. 

Assim, o programa funcionará por meio de uma cooperação inédita entre Brasil e Itália, articulando tecnologia, cultura e políticas locais. A Cidadania4U atuará como ponte e facilitadora para os descendentes que desejam reconhecer sua cidadania, estudar, investir ou viver na Itália; já a Cooperativa Regeneration e as Comunes do Molise serão responsáveis por receber, integrar e apoiar os novos moradores. 

Em resumo, o Ritorno 2030 se baseia em cinco eixos de ação: reconhecimento da cidadania e integração plena, imersões culturais e educacionais, incentivo a investimentos e desenvolvimento local, turismo de retorno e inovação digital, com uso da plataforma Maestro (desenvolvida pela Cidadania4U), que aplicará inteligência artificial para agilizar processos administrativos nas comuni. 

O Brasil nunca foi tão italiano!

Fundada em 2019 pelos irmãos Rafael e Rodrigo Gianesini, a Cidadania4U surgiu da própria experiência de espera para o reconhecimento da cidadania italiana. Hoje, a empresa se consolida como a maior assessoria de cidadania europeia da América Latina e, com o Ritorno 2030, assume um papel inédito: ser ponte entre o passado e o futuro de duas nações irmãs.

— A cidadania é o começo. O reencontro é o destino — resume Rafael Gianesini, reforçando o lema do projeto.

Segundo Rafael Gianesini, o movimento une duas dimensões: “a tecnologia brasileira e o coração italiano”. A empresa já é referência na digitalização de processos de cidadania e agora aplica sua perícia para apoiar a transformação digital das próprias comuni parceiras.