Doença infecciosa que afeta as amígdalas, estruturas localizadas no fundo da garganta que fazem parte do sistema de defesa do organismo, a amigdalite é mais comum em períodos frios. Contudo, as bruscas mudanças climáticas que são típicas da primavera no Sul do Brasil — que abriga Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul — podem aumentar os casos da doença, conforme observa o otorrinolaringologista Felipe Marques, da Hapvida.

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Apesar de ser uma estação mais quente, a primavera apresenta grande amplitude térmica, aumento da umidade e polinização intensa, fatores que, combinados, podem causar um desequilíbrio da microbiota oral e favorecer o surgimento de infecções, segundo o especialista. Por isso, é essencial estar atento aos sintomas e à prevenção também nesta época do ano.

De acordo com o otorrinolaringologista, a amigdalite pode ser causada por vírus, por bactérias ou pela associação de ambos agentes:

— O ressecamento associado à respiração pela boca leva à irritação da mucosa orofaríngea, propiciando quadros infecciosos — esclarece.

O Ministério da Saúde reforça que a transmissão geralmente ocorre por gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou beijar. O contágio também pode acontecer pelo compartilhamento de objetos pessoais.

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Ainda, problemas como o refluxo gastroesofágico, caracterizado pelo retorno do líquido do estômago para a garganta, podem desencadear o surgimento de episódios de amigdalite, pois o líquido que volta contém substâncias que irritam a mucosa e alteram a acidez da região, favorecendo a proliferação de micro-organismos responsáveis pelas inflamações.

Febre baixa e desconfortos nasais são principais sintomas

As amigdalites virais costumam ser mais brandas, apresentam febre baixa, podem vir acompanhadas de desconfortos nasais e, geralmente, não têm placas brancas nas amígdalas.

Já as amigdalites bacterianas se manifestam com presença de exsudato amigdaliano (placas ou pontos brancos e amarelos que aparecem nas amígdalas), febre alta, ausência de outros sintomas das vias aéreas superiores e, quase sempre, linfonodomegalias submandibulares, popularmente conhecidas como ínguas.

Dentro desse cenário, o otorrinolaringologista da Hapvida recomenda que, em casos de dificuldade para abrir a boca, febre alta persistente ou ausência de melhora mesmo após cinco dias, o ideal é procurar atendimento médico para descartar a formação de abscessos ou uma possível septicemia.

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Já para prevenir infecções e reduzir as crises recorrentes, o especialista orienta:

— Manter a lavagem nasal, a hidratação em dia e o controle do quadro alérgico são fundamentais para a prevenção. Outros cuidados importantes são evitar choques térmicos bruscos e ambientes muito secos. É essencial também checar os filtros dos aparelhos de ar-condicionado, já que a falta de limpeza é um fator de risco para infecções.

*Sob supervisão de Giovanna Pacheco