O Centro de Florianópolis irá voltar a abrigar a presença de dois personagens fundamentais da cultura e da história da cidade. Os murais da educadora e política Antonieta de Barros e do pesquisador, folclorista e professor Franklin Cascaes, que por anos ocuparam a parede lateral do Edifício Atlas, na Rua Tenente Silveira, estão sendo recriados. Os artistas responsáveis, Thiago Valdi e Monique Cavalcanti, buscam a “valorização das pessoas e o compromisso coletivo” com a recuperação das pinturas. A entrega das pinturas deve ser feita ainda no final de maio.

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A proposta reafirma o poder transformador da arte urbana de grandes proporções, reconhecida mundialmente como ferramenta de educação, inclusão social e valorização da memória coletiva. A nova versão dos murais vai além da restauração: segundo os artistas, eles (os murais) são a uma recriação artística que incorpora novos elementos visuais e educativos.

Os murais retratam novamente os rostos de Franklin Cascaes e Antonieta de Barros, acompanhados de ícones que representam suas trajetórias e contribuições para a cultura, a educação e a identidade de Florianópolis. As obras anteriores, de 2017 e 2020, foram removidas devido a reformas estruturais no prédio, necessárias por conta de infiltrações, segundo a Prefeitura de Florianópolis.

Com 34 metros, murais serão recriados em Florianópolis

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Resgate da cultura local através da arte

Para Monique Cavalcanti, conhecida como Gugie, dar forma ao legado de Antonieta é também uma experiência pessoal.

— A história dela nos traz essa inspiração de nos sentirmos fortes para seguir nosso caminho, para fazer as coisas que desejamos, para que nós, mulheres, ocupemos mais espaços. Então, ela mesma me aconselhou, de certa forma, a fazer essa pintura ali. Acho isso muito especial. Mudou totalmente a minha vida também — afirma a artista.

Além de seu valor simbólico e cultural, os murais do Edifício Atlas ocupam lugar de destaque na história da arte urbana em Florianópolis. Foram os primeiros de grande porte na Capital com esse enfoque e também os únicos no Sul do Brasil a ocuparem uma mesma estrutura com dois grandes painéis simultâneos, sendo um em cada lateral do prédio.

— A iniciativa reforça o compromisso coletivo com a preservação da memória por meio da arte. Com o retorno das pinturas, a cidade volta a ocupar seus espaços públicos de forma criativa e significativa — destaca o artista, Thiago Valdi.

Para Valdi, o engajamento da população e o apoio de empresas comprometidas com o resgate da história local foram determinantes para a realização do projeto.

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— Muita gente se comoveu ao ver os murais apagados, porque essas imagens passaram a fazer parte do cotidiano, da paisagem e do imaginário cultural de Florianópolis. Também tivemos o apoio total do edifício, que se mobilizou para viabilizar a obra. Foi uma grande articulação coletiva que movimentou a cidade — completa.

A ação é uma parceria entre a prefeitura de Florianópolis (PMF) e o Sicoob SC/RS, com o apoio da Resicolor Tintas, Colorgin Arte Urbana, Construtora Engenho e Instituto Maratona Cultural. A recriação dos murais é viabilizada por meio de recursos da iniciativa privada.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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