Os patinetes elétricos deixaram de ser vistos apenas como uma alternativa moderna de transporte e passaram a representar um motivo real de preocupação para médicos e hospitais. O que antes parecia prático e acessível hoje aparece associado a lesões graves e mudanças drásticas na vida de jovens.
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Em reportagem publicada pelo The Irish Times, médicos relataram casos que ajudam a explicar por que esses veículos vêm sendo tratados como um risco em diferentes países.
O especialista em medicina de reabilitação Raymond Carson descreveu ao jornal o atendimento a um jovem de 18 anos que sofreu um acidente com patinete elétrico:
“Recentemente, cuidei de um homem, de 18 anos, que sofreu uma lesão que mudou sua vida completamente após um acidente com uma scooter elétrica”.
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Segundo ele, o tratamento foi longo e exigiu cuidados intensivos. “Ele passou três meses sob nossos cuidados e agora já voltou para casa”.
Antes do acidente, o jovem levava uma vida ativa, praticava esportes e não tinha limitações. “Infelizmente, agora ele está enfrentando uma nova realidade em que não poderá mais andar. Ele teve uma recuperação razoavelmente boa, mas perdeu muita funcionalidade e isso é realmente devastador para um jovem como ele.”
Veja imagens dos patinetes elétricos
Aumento dos casos graves
Carson afirmou que, em poucos meses, atendeu cinco ou seis homens envolvidos em acidentes severos com patinetes.
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“O que todos eles têm em comum”, diz o Dr. Carson, “é que são homens, estavam viajando em alta velocidade, não usavam capacete e, infelizmente, todos sofreram ferimentos que mudaram suas vidas.”
Os dados apresentados na matéria indicam que o problema está se espalhando. Um estudo citado mostra que os patinetes elétricos já figuram entre os meios de transporte mais perigosos, superando até as motocicletas.
O padrão dos usuários também se repete: em sua maioria, são homens e pessoas mais jovens, o que ajuda a entender o perfil dos acidentes mais graves.
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Percepção errada de segurança
Outro ponto destacado pelos especialistas é a falsa sensação de segurança. “Ainda existe essa percepção de que as trotinetes elétricas são inofensivas, como brinquedos”.
Para o médico, o próprio nome dos aparelhos confunde: “Imaginamos uma criança pequena em uma scooter de brinquedo. Só o nome já vem à mente de muita gente, muitas pessoas associam isso a um brinquedo inofensivo, mas não se dão conta de quão perigosas essas máquinas são”.
E o risco aumenta com o avanço da tecnologia. “A sofisticação dessas máquinas está aumentando o tempo todo”, diz o Dr. Carson.
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“Existem patinetes elétricos capazes de atingir velocidades de até, acredito, 60 km/h ou mais”.
Na análise do médico, o cenário é perigoso justamente pela combinação de fatores: “É realmente a tempestade perfeita. Considere o perfil demográfico típico. Um jovem do sexo masculino, eles sabem correr riscos, conhecem o comportamento audacioso, não têm medo e são uma máquina poderosa. É a receita perfeita para o desastre, francamente.”
Crianças e adolescentes no centro do alerta
A reportagem também chamou atenção para o impacto entre menores de idade. Dados hospitalares mostram atendimentos frequentes de crianças e adolescentes com traumatismos cranianos após quedas e colisões.
“Essas crianças não devem ser avaliadas por especialistas em neurocirurgia, ortopedia ou reabilitação”, afirmou a médica Judith Meehan, em declaração reproduzida pelo jornal.
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Outro especialista foi ainda mais enfático: “Ele não deveria ver nenhuma delas, porque nenhuma delas deveria estar andando de patinete elétrico”.
Mesmo com leis que estabelecem limites de idade, velocidade e potência, os médicos afirmam que a fiscalização é falha e que muitas pessoas desconhecem as regras.
O recado deixado pelos relatos é direto: apesar de modernos e práticos, os patinetes elétricos não são inofensivos e já representam um risco real nas cidades onde estão cada vez mais presentes.
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