A NASA está mudando a maneira como experimentamos o cosmos, permitindo que o universo seja percebido além da visão. Mesmo sabendo que o som não se move pelo vácuo espacial, a agência encontrou uma forma criativa de traduzir os dados em sons que os ouvidos humanos conseguem captar.
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Tradicionalmente, a agência espacial se destacava por suas imagens que nos mostram a beleza do espaço. Agora, motivada pela inclusão, especialmente da comunidade de pessoas cegas, a NASA decidiu converter essas representações visuais em um formato auditivo.
Essa iniciativa audaciosa não só abre o universo para um público mais amplo, como também oferece uma perspectiva completamente nova sobre fenômenos astronômicos. Ao transformar dados em ondas sonoras, a NASA nos convida a uma jornada sensorial inédita, revelando a “música” oculta das estrelas e galáxias.
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A melodia da “mão de Deus” cósmica
Um dos lançamentos mais cativantes é o som da chamada “mão de Deus” cósmica, identificada como MSH 11-52. Este objeto, uma nuvem de partículas energizadas, primeiro fascinou o público como imagem em 2023, e então ganhou uma versão sonora em 2024. Para criar sua melodia única, a NASA combinou dados de três fontes distintas.
A orquestração sonora da “mão de Deus” inclui o Observatório de raios-X Chandra, cujos dados foram convertidos em sons de cordas. Complementando, o telescópio IXPE gerou sons de vento, e instrumentos astronômicos baseados na Terra adicionaram sons de sintetizador à composição. Essa fusão de dados nos permite “ouvir” a complexidade do fenômeno.
Os sons da galáxia espiral
A NASA também transformou em sons a galáxia espiral M74, um espetáculo estelar distante. Os dados para essa sonificação vieram de múltiplos telescópios, criando uma rica textura sonora. O Observatório de raios-X Chandra forneceu sons etéreos vítreos e sons claros, ambos relativamente altos.
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O telescópio James Webb contribuiu com faixas de frequências baixas, médias e altas, enquanto as estrelas mais brilhantes na galáxia M74 foram traduzidas em sons percussivos. Por sua vez, o Telescópio Hubble adicionou sons de sintetizador, e suas estrelas e aglomerados brilhantes foram ouvidos como sons metálicos finos dedilhados.
A voz da nebulosa água-viva
Outro objeto fascinante que a NASA nos permite “escutar” é a “nebulosa água-viva”, uma remanescente de supernova conhecida como IC 443. O processo de sonificação dessa nebulosa utilizou uma diversidade de dados para compor seus tons únicos. O Observatório de raios-X Chandra e a missão alemã ROSAT geraram tons mais elevados.
O Observatório Very Large Array, com seus dados de rádio, contribuiu com tons médios para a sonificação da nebulosa. Complementando, os dados ópticos do Digitized Sky Survey forneceram tons mais baixos, com as estrelas individuais soando como gotas d’água. Dessa forma, a NASA continua a nos surpreender com a riqueza sonora do universo.
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