O processo de formação de alianças para as eleições em Santa Catarina deixou feridas para serem cicatrizadas nos principais palanques que disputam o governo do Estado. Além das lideranças que saíram chamuscadas por articulações que não deram resultado, a batalha pré-eleitoral deixou pelo menos duas vítimas fatais: a histórica tríplice aliança e tentativa de reunir na mesma coligação os tradicionais rivais PMDB e PP.

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A primeira morte era anunciada: com a aproximação do governador Raimundo Colombo (PSD) e da presidente Dilma Rousseff (PT) dificilmente haveria espaço para a repetição da aliança que reuniu PMDB, PSDB e DEM – este último substituído pelo PSD. A fórmula garantiu a reeleição de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) ao governo e a vitória de Colombo para o Senado em 2006 e foi repetida em 2010, quando eles inverteram as posições. Foi diante da dificuldade de manter os tucanos, que o governador se aproximou do PP e tentou fazer com eles uma nova tríplice aliança.

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A resistência nas bases e de lideranças como Luiz Henrique e Esperidião Amin (PP) acabou prevalecendo sobre a articulação construída ao longo de três anos na Assembleia Legislativa. LHS vetou a participação de Joares Ponticelli ao Senado por sua identificação com a ferrenha oposição que o PP fez a suas administrações.

A resistência de Ponticelli em abrir mão da vaga de senador na chapa fez os peemedebistas aprovarem o ex-prefeito Dário Berger (PMDB) como candidato avulso – o que levou os pepistas a migrarem para a candidatura de Paulo Bauer (PSDB) às 23h45 de segunda-feira, prazo final das convenções partidárias.

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O candidato tucano é um dos poucos que só tem ganhos a contabilizar. Uma semana antes das convenções estava isolado e acabou herdando aliados que seriam naturalmente de Colombo. Além do PP, o PSB também aderiu por causa da estratégia de criar em Santa Catarina uma frente anti-Dilma.

Sem aliados, o petista Claudio Vignatti conseguiu confirmar sua candidatura ao governo, mesmo com pressão nacional para uma composição com Colombo no Estado. Saiu-se vitorioso na disputa interna que cultiva com a ministra Ideli Salvatti desde a eleição de 2010, quando ele era candidato ao Senado e ela ao governo. Agora, vai precisar provar a viabilidade do projeto para não sair também chamuscado.

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