Você já se perguntou por que o papa muda de nome ao ser eleito? A escolha do nome papal é um momento carregado de simbolismo e tradição, refletindo a identidade e as aspirações do novo líder da Igreja Católica para seu pontificado. Descubra como esse processo acontece e o que está por trás dessa decisão crucial.

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O momento decisivo no conclave

Logo após ser eleito pelo conclave e aceitar sua nova missão, o Cardeal Decano (o mais antigo do Colégio Cardinalício) se aproxima do recém-eleito e faz uma pergunta formal: “Quo nomine vis vocari?” (Com que nome queres ser chamado?). É nesse instante solene que o novo papa anuncia o nome pelo qual será conhecido mundialmente.

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Relembre os últimos 5 papas da Igreja Católica

Uma tradição secular: de Mercúrio a João II

A prática de adotar um novo nome não é recente. Tudo começou no ano 533, quando o oapa eleito se chamava Mercúrio. Para evitar que o líder da Igreja Católica carregasse o nome de uma divindade pagã romana, ele escolheu ser chamado de João II. Desde então, a maioria dos papas segue essa tradição.

Essa mudança de nome simboliza uma espécie de “segunda conversão” ou um renascimento espiritual. Ao deixar para trás seu nome de batismo, o novo papa assume plenamente sua nova identidade e a sagrada missão de guiar os católicos.

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O peso da escolha: homenagens e mensagens

A escolha do nome papal raramente é aleatória. Geralmente, ela carrega um significado profundo. Muitos papas escolhem nomes para honrar seus predecessores, santos de devoção ou figuras importantes da história da Igreja que admiram.

Por exemplo, João Paulo I escolheu um nome duplo para homenagear os papas João XXIII e Paulo VI, seus antecessores imediatos. Seu sucessor, João Paulo II, seguiu o exemplo, demonstrando continuidade.

O nome pode também sinalizar a direção que o novo papa pretende dar ao seu pontificado ou o legado que espera construir. A escolha do papa Francisco, por exemplo, foi inédita e uma clara homenagem a São Francisco de Assis, simbolizando um compromisso com os pobres, a humildade e a paz.

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Por que nunca existiu um Pedro II?

Uma curiosidade interessante é que, por respeito a São Pedro, considerado o primeiro papa e o “príncipe dos apóstolos”, nenhum papa jamais adota o nome de Pedro. Existe até uma antiga profecia que associa um “Pedro II” ao fim do papado, o que reforça ainda mais essa tradição.

Os nomes mais populares (e os inéditos)

Ao longo dos séculos, alguns nomes se tornaram favoritos:

  • João: O mais popular, escolhido por mais de 20 papas.
  • Gregório e Bento: Também muito comuns, cada um adotado por mais de 15 pontífices.
  • Outros nomes frequentes incluem Pio, Leão, Clemente e Inocêncio.

Por outro lado, nomes como José (apesar da importância de São José), Tiago, André e Lucas nunca foram escolhidos por um papa.

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A escolha do nome papal é, portanto, o primeiro grande ato simbólico do novo pontífice, uma janela para o coração de seu futuro ministério e uma mensagem para a Igreja e para o mundo.

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