Trabalhadores foram afetados, na manhã desta segunda-feira (16), pelo segundo dia de paralisação do transporte público em Florianópolis. A greve alterou linhas do Sul da Ilha devido a manifestações na garagem da empresa Insular. Ônibus que circulam na parte continental da cidade também foram afetados. Por volta das 9h, a paralisação chegou ao fim.

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Moradores do Sul da Ilha, que precisavam chegar ao trabalho, tiveram que aguardar por horas no Terminal de Integração do Rio Tavares (Tirio) ao longo da manhã.

— Estou aqui há 50 minutos e nada de ônibus. Temos um horário para cumprir e não conseguimos por causa da paralisação. Ou eu vou pra casa, ou fico aguardando — relatou um trabalhador que precisava ir ao Centro, à NSC TV.

Nas paradas de ônibus na Costeira do Pirajubaé, formaram-se longas filas. Alguns trabalhadores foram pegos de surpresa.

— Cheguei no ponto, vi essa movimentação e tá sem ônibus. Tenho que chegar às 8h e agora são 7h35min. Vou ter que esperar — disse uma moradora.

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Alguns cogitaram pegar transporte por aplicativo, mas os valores estavam acima do normal.

— Se for pegar transporte de aplicativo, quanto vai pagar? Tinha uma pessoa para pegar do Centro à Trindade, dava R$ 50. Vai sair do nosso bolso — reclamou uma moradora.

No Terminal de Integração do Centro (Ticen), trabalhadores carregados com equipamentos ficaram frustrados com a impossibilidade de chegar ao Sul da Ilha.

— A gente acordou 4h30min para conseguir pegar o ônibus. A gente continua esperando, porque se você pegar um transporte de aplicativo, você deixa de almoçar, porque se for botar na conta, o que você faz? — disse o trabalhador Fernando, que estava na plataforma.

Alguns minutos depois, ele cansou de esperar e foi pegar transporte por aplicativo em frente ao Ticen:

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— Vamos esperar até que horas? O cliente não espera pra sempre. Vamos ter que dar um jeito.

Outros trabalhadores tiveram que dar um jeito. Uma mulher aguardou mais de duas horas no Ticen até que o supervisor fosse buscá-la.

— Hoje a empresa vai passar buscando os funcionários. Preciso ir ao clube do Avaí — disse ela.

Veja fotos da movimentação nos pontos e terminais de ônibus

Entenda a greve em Florianópolis

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) aprovou a decretação da greve dos ônibus em Florianópolis na noite da última quarta-feira (11). A primeira paralisação ocorreu na quinta-feira (12) e afetou linhas do Norte e Leste da Ilha. Nesta segunda-feira (16), as regiões afetadas foram o Sul e o Continente.

Segundo a  Prefeitura de Florianópolis (PMF), a recomendação é para que os passageiros utilizem o aplicativo Floripa no Ponto para acompanhar as linhas em funcionamento. A administração municipal disponibilizou cerca de 60 vans saindo do Centro da Capital em direção ao Sul.

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Conforme o Sintraturb, uma das propostas patronais consideradas insuficientes e que deu origem ao estado de greve propunha ações como o fim do duplo contrato de 6h20min e 3 horas, o pagamento com adicional das horas trabalhadas em sequência à jornada noturna, inclusive as extras, e o pagamento do vale alimentação a ser feito no primeiro sábado de cada mês.

Além disso, a proposta também tratada do fornecimento de dois conjuntos de uniformes, com quatro peças, a cada seis meses; que os custos dos exames toxicológicos exigidos sejam cobertos de forma integral pelas empresas; e a retirada da obrigação de devolução dos valores do troco em caso de assaltos, além da prevista retirada da escala e apoio para a lavratura do BO.

As escalas de feriados especiais também entraram na proposta, com a garantia de que seja garantido o rodízio no feriado de Natal e Ano Novo, folgando nestas datas os trabalhadores que atuaram em 2024. As empresas também garantiriam o pagamento do salário normativo ao empregado afastado por doença até a data do recebimento da primeira parcela do benefício do INSS. O pagamento também deve ser ressarcido pelo empregado em até seis parcelas.

O sindicato também pede que as empresas se reúnam com os membros do órgão todos os meses para tratar dos problemas e pendências cotidianas; e que as empresas assumam a totalidade do aumento das mensalidades até o limite de 10% dos planos de saúde.

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Os motoristas e cobradores pedem um aumento de 6% no salário, com aumento real de 0,68%, de 10% no tíquete alimentação, e de 8% na gratificação Trabalhar Sozinho (dirigir e cobrar).

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